
Hoje é aniversário daquele que é considerado o rei do futebol. Uma alcunha gigantesca quando pensamos no tamanho que esse esporte representa no mundo. Provavelmente, o esporte mais popular do mundo.
Mas sim, Edson Arantes do Nascimento é condecorado como o rei do futebol. O próprio Edson diz que esse título não é dele, que o título é de Pelé. Que para nós, definimos como a mesma pessoa, mas para Edson tão grandioso quanto ao seu personagem, sabe que ele é mortal, Pelé não.
Não tive o prazer de vê-lo jogar e mesmo quando vemos vídeos ou qualquer outra coisa do gênero não vivenciamos a mesma sensação de sentir aquilo que Pelé transmitia quando entrava em campo.
Decidi então, conversar com meu pai, não apenas pela questão da vivência, mas é que para quem conhece o velho sabe o quanto ele conhece do esporte, meu pai sem modéstia, joga muita bola, reconhecido por qualquer pessoa que o vê jogar. Como nasceu em 59, 70 era o auge da sua infância-adolescência.
Ele considera Pelé formidável, assim como achava legal seu carrinho de madeira e sua bola de capotão, ou mesmo quando conseguia salvar o mundo no esconde-esconde. Então, fiquei achando um pouco vazio a descrição, ainda não cabia dentro da majestade do futebol.
Foi quando em um sopro de genialidade igual ao de Edson, resolvi bater um papo com meu avô. O velhinho nascido em 29, militar que passou por uma segunda guerra, sempre contido nas palavras, gosta de contar suas histórias, mas fala pouco sobre outros assuntos, incluindo futebol. Mas, achei que valia a pergunta e fiz.
Vô, o Pelé era tudo isso mesmo?
E eis que uma resposta simples, de um corintiano que pouco fala, começou a dar dimensão do que era Pelé.
“Ah, o neguinho era foda. Não tinha para ninguém, quando ele encafifava de ganhar de você, podia esquecer, ele ia tirar um gol de onde fosse preciso. Para ele, sempre tudo foi fácil, nunca precisou de muita firula, ele pegava a bola e resolvia. Meu Corinthians sofria muito com ele, acho que era raiva de quem gostava do Coringão, era vontade de mostrar que era para ele estar ali, porque era impressionante como ele gostava de bater na gente.
Teve uma vez, que o time do Corinthians tava todo desajustado e ia jogar um clássico contra o Santos, eu não sei da onde meu time tirou força e chegou a fazer 3×0 no Santos e aí a torcida começou a provocar o negão. Achei legal na hora, mas você fica com medo, aprendemos na polícia de que nunca se deve chafurdar de uma situação, pois podemos perder o controle, a concentração tem que ser total.
Dito e feito, o negão parece que voltou com o diabo no corpo. Eu olhava da arquibancada e você via no rosto do filho da p*** que ele sabia que ia ganhar o jogo, o Pelé acabou com o meu time, conseguiu fazer o time sair mais perdido do que tinha chegado para o jogo.
Já vi muita gente talentosa por aí, sempre achei que Rivelino, Ademir da Guia e até o miudinho do Flamengo (acho que é o Zico) tinham um futebol mais vistoso do que o Pelé. Mas ele é rei, fazia coisas impossíveis com uma frequência das coisas possíveis.
Ele era bom mesmo, Thiaguinho!”
Fiquei alguns instantes absorvendo tudo aquilo e devo até ter errado alguma transcrição ou outra, mas tive a certeza de que essa coroa fique bem demais no negão!
Parabéns Pelé!! Que muitos súditos apareçam e que alguns até ousem tentar roubar a coroa, mas depois do depoimento de um dos meus reis, só posso ter certeza de que você é sem dúvida o rei do futebol! Obrigado!