Ganso é um Tom Brady do futebol da bola redonda

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Esse fim de semana teremos Super Bowl um dos maiores eventos do planeta, se não me engano como evento único, é o que gera a maior receita de propaganda do mundo.

Evento que mesmo para quem não gosta do esporte, vale conhecer para entender o que é? Eu mesmo fui um que por muito tempo ignorei, até que um amigo começou a fazer na casa dele um evento temático em todo Super Bowl, dali para frente comecei a participar pela graça e nas últimas duas temporadas me comportei como o telespectador quase assíduo.

E me tornei porque ele também tem contribuições importantes para o verdadeiro futebol. E que algumas literaturas dos grandes treinadores trazem conceitos similares. Lembrando o livro de Guardiola, ou uma frase dita por ele algumas vezes, o esporte coletivo tem como grande movimento, levar o rival a acreditar em uma jogada e conseguir atacar por outro lado.

E nesse caso, o futebol americano tem um tratamento ainda mais especial para dois momentos do jogo, quando você tem a posse de bola e quando você não tem. Na estrutura técnica deles, todo time tem um treinador geral, um dedicado ao ataque e outro para a defesa.

Trazendo esse conceito para o futebol, hoje cada vez mais, os clubes tem a preocupação total em olhar o comportamento do time nos dois momentos, com um complicador, na bola oval, existe um período de troca, grupos de jogadores diferentes para exercerem o papel em cada momento. Com a redonda, o dinamismo é imediato, a bola pode ser roubada a qualquer momento, portanto o jogador precisa ter esse equilíbrio das suas funções defensivas e ofensivas muito plenas em sua cabeça.

E é nesse cenário que alguns jogadores que ofensivamente são ótimos, mas não absorvem a parte defensiva se perdem e vice versa. Gabriel Jesus e Ganso fazem o equilíbrio ótimo para entender as diferenças de exigência atualmente.

Gabriel é completo, pode não se tornar um craque, mas muito além da sua estrela em estréia (seleção, Palmeiras e City) seu compromisso ofensivo e defensivo com o time é um dos mais equilibrados entre os jogadores brasileiros. Gabriel é bom tanto com a bola, quanto quando está sem.

Já Ganso é contraponto, ninguém questiona sua capacidade ofensiva, Ganso enxerga o que ninguém vê, se pudesse, Ganso seria o Quarterback do futebol, aquela que pensa todas as jogadas e que possui capacidade ímpar para isso, mas sem a bola, mesmo que se empenhe em ajudar, sua mentalidade não consegue entender a parte defensiva.

O Super Bowl se aproxima e para quem interessar possa, vale a pena entender, porque no americano Ganso teria chance, enquanto no futebol do mundo, ele precisa achar essa consciência defensiva.

Ganso é um Tom Brady do futebol da bola redonda.

Trocando os pés pelas mãos!

Galera, hoje trago um post que li ontem no Blog do excelente Juca Kfouri e que achei excelente pela sutileza em ex´plicar quão decadentes está nosso futebol. Confiram

Por LUIZ GUILHERME PIVA*

O finado futebol – pronuncia-se “soccer” – só tem um praticante remanescente. É o Barcelona.

Se você não se lembra ou nunca viu, é parecido com o boxe: um balé medido, entorpecente, que encaixa golpes surdos e contínuos para minar o oponente até derrubá-lo.

O futebol – pronuncia-se “football” – hoje existente divide-se em duas modalidades: uma jogada com as mãos e outra jogada com os pés.

A primeira tem sua prática profissional restrita aos Estados Unidos, mas, como concepção, é a que comanda a outra modalidade em todo o mundo.

Apesar das diferenças, as duas modalidades cada vez mais se aproximam nas táticas e estratégias.

Nas duas, os times têm onze jogadores. A maioria deles tem como única função derrubar o adversário. Embolam o meio, pesados, com força e coragem. São os “backs” ou “guards”, também conhecidos como zagueiros e volantes.

As jogadas de ataque são, nas duas modalidades, somente de dois tipos.

Uma: o “quarterback” – pronuncia-se meia – entrega a bola para um companheiro que tenta, na força, romper a barreira de adversários. São os “runnings” – ou alas e armadores. Quase sempre avançam alguns metros, são parados e tudo recomeça. É a jogada que predomina nos times brasileiros, por exemplo.

A outra: o “quarterback” lança a bola bem adiante para um velocista pegá-la e atingir a meta. São os “receivers” ou atacantes. É característica dos times que jogam em contra-ataques, como a seleção brasileira.

As duas jogadas dão ao futebol a analogia com uma luta diferente do boxe: é o UFC, com agarrões, tombos e um ou outro golpe fatal.

A diferença de qualidade entre as equipes do futebol se dá pela qualidade do “quarterback”. O melhor do mundo é o Tom Brady, que joga na modalidade manual.

Na modalidade jogada com os pés ainda não surgiu ninguém nesse nível. Todos são medianos ou ruins. A esperança – pronuncia-se “hope” – deles é um dia ser como o Tom Brady: craque, rico, famoso, bonito. E, de quebra, deixar de ver a Gisele Bündchen se explicando no jeito certo somente em comerciais de televisão.