Foram 17 dias, mais precisamente 18 dias de Olimpíadas.
Confesso, estava bem longe da torcida contra, mas também estava distante de ser o mais apaixonado, mas como uma mulher envolvente e conhecedora dos seus encantos e ela foi me derrubando e hoje sinto aquela sensação de falta de ar, de como pode ser um dia sem ela, como pode demorar tanto para chegar e porque foi embora tão rápida.
Acho que muito do encanto transmitido, foi pela sorte de estar no Rio de Janeiro, a oportunidade que tenho de estar morando aqui na cidade olímpica ajudou a me envolver, fui um adolescente lidando com as Olimpíadas.
As conquistas brasileiras eu sempre vibrei muito, muito por todo meu histórico que volta aqui à tona, minha avó sempre incentivou muito amar o futebol, mas não esquecer que o amor maior é pelo esporte, pela força que ele tem de forma caráter, ou de consolidar como ela preferia dizer, de ajudar a quem precisa mil vezes escolher o certo a ter aquele 1% de chance.
Então minha primeira lembrança olímpica é o saque do Marcelo Negrão em 92, passando por Atlanta-96 com o bronze de Meligeni e a final feminina do estreante vôlei de praia, depois são lembranças mais contundentes de todos nossos atletas medalhistas.
Pois então, nosso primeiro ouro em 2016, resgatou tudo isso, Rafaela Silva é o exemplo vivo do que o esporte é capaz.
Então eu me entreguei ao amor para as Olimpíadas, vi o que o brasileiro é capaz de oferecer para o mundo, mais do que a capacidade de organizar, mais do suas belezas naturais (e olha que o Rio é incansável nisso), o brasileiro mostrou ele, seu jeito, sua cultura, sua capacidade imensurável de rir para as adversidades, mesmo que opte por nem sempre enfrentá-las, mas viver leve, viver bem para viver melhor.
Mostrou que a corrupção é uma mazela independente de um evento, esse golpe ainda nos será dado algumas vezes e estamos aprendendo a combater, daqui a pouco, ganhamos ouro nisso também.
Mas mostrou que somos capazes, que chutamos a síndrome de vira lata para bem antes de Pindorama, reacendeu aquele nosso orgulho, que nossas Rafaelas, Martas, Robsons, Serginhos e Isaquias estão por aí e que aquela velha máxima serve para nós, sabemos que não dá para mudar o passado, mas podemos sempre mudar o futuro.
A Olimpíadas se foi e o tal legado que não foi desenvolvido por quem deveria, não deixamos derreter na areia de Copacabana, porque mais uma vez o brasileiro não fugiu a luta e tem tudo para cuidar de nossa terra amada e dourada.
Foi bom te amar Olimpíadas!!