Em uma semana onde o soco de Felipe Mello ganhou destaque e correu o mundo, o verdadeiro soco foi proferido pelo treinador do Palmeiras.
Eduardo Baptista em um momento exaltado desferiu palavras contra a imprensa e de maneira contundente. Sinceramente, tirando a forma como ele disse, o conteuúdo é ótimo, é perfeito, faz todo sentido.
Eduardo podia escrever toda a raiva que sentiu naquele instante e repetir de maneira ordenada no dia seguinte, seria melhor ainda a resposta dele, mas o calor mostrou o que a maioria dos treinadores passam e por muitas vezes são ignorados, a pressão por resultados existente no Brasil.
Aqui, gostamos do trabalho bonito, mas qualquer derrota serve para acharmos culpado, nunca a derrota é mérito do vencedor ou uma tarde ruim, sempre alguém será culpado, algum motivo nominal será encontrado.
E foi aí que Eduardo bateu, a imprensa alimenta isso, especula-se crise no vestiário, diz que soube por alguém que tal fato aconteceu e assim vai criando uma tensão por muitas vezes desnecessária.
Não vou entrar no mérito de fonte, isso ou aquilo, se é real ou não. Me apego ao fato de ser necessário, realmente precisamos comentar que fulano brigou com ciclano no treino, que beltrano está conversando com o clube tal para sair, que alguém está cogitando sair do clube e etc. Isso não agrega nada, não muda nada no clube e as vezes ganha proporção desnecessária apenas para gerar algum tema naquele clube.
Eduardo trouxe como exemplo, como a imprensa tem sido “impaciente” com o trabalho dele, Ceni e Carille, os co-irmãos que iniciaram suas jornadas nos grandes paulistas esse ano.
Pegaram no pé de Ceni sobre o time tomar muitos gols, somou-se a isso a derrota para o Palmeiras e pronto, a pressão foi tamanha que o time começou a rever um pouco seu jogo e sofreu de novo, agora o time não cria o mesmo que antes.
Carille foi colocado como sem perfil para aguentar um Corinthians, e em silêncio vai ganhar o título paulista de maneira eficiente.
Em resumo, a imprensa pode argumentar as propostas de jogo, como foi o comportamento durante o jogo, as variações táticas e atuações individuais, mas não pode esquecer daquilo que fora do pós jogo eles sempre repetem, é preciso tempo para que o treinador mostre seu valor.
Como bem disse Arnaldo Ribeiro (ESPN), o trabalho de um treinador deve ser analisado durante um ano, exceção feita quando o trabalho for catastrófico que ameaça o time de rebaixamento.