É preciso realmente ser co-irmãos…

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O mimimi de Roberto de Andrade é o retrato mais evidente de como funciona o futebol em nosso país.

Somente o meu ponto de vista interessa, somente aquilo que me interessa eu me posiciono, o resto fica para cada um cuidar do seu problema. Aliás, trouxe o exemplo de Roberto de Andrade porque apesar de gostar no geral de sua atribuição como presidente de um grande clube e ele tem passado por situações antagônicas.

O próprio Roberto que reclamou do que a CBF fez com Tite, foi lá e fez igual com o Grêmio, ao tentar convencer o treinador a ir atuar em seu time. Foi o próprio Roberto que disse que o problema da Portuguesa era só dela, ao invés de sentar e decidir por uma melhoria dos clubes coletivamente.

Foi ele também que já exigiu punição para torcida organizada rival, mas colocou a do seu clube para conversar em uma salinha com os jogadores do seu time, em puro ato de coerção ao elenco.

E que fique claro, usei o Roberto de Andrade como exemplo pelos casos recentes, isso repete com recorrência absurda pelo Brasil inteiro. É o oportunismo e imediatismo brasileiro que aflora, é como dizemos várias vezes o futebol explica o Brasil e vice versa.

Nada do que acontece na nossa sociedade não está espelhada ali dentro dos campos, é preciso muito mais que medidas, é necessário mudança de cultura, de valores, uma transformação profunda na forma como vemos as nossas relações.

Em recursos humanos, na área que trabalho, o que vemos cada vez mais é o fim da relação de independência, o que está em evidência é a interdependência, a necessidade de todos se ajudarem para permanecerem vivos.

Cada clube pode ter sua autonomia, sua forma de se gerenciar, de como quer atuar dentro do mercado do futebol, quais serão seus parceiros principais e como será a relação com cada um e qual o papel, porém é fundamental que se entenda, que sem os demais clubes, ele também morrerá.

Os clubes precisam entender, que acabou a fase que bastava pensar em si, para a sua sobrevivência é preciso que todos sobrevivam, sozinho um clube não terá função nenhuma no futebol.

A interdependência é premissa básica para todos no futebol hoje em dia, se não o colapso que já se evidencia, será inevitável.

Nunca a palavra co-irmão fez tanto sentido para a continuidade do nosso querido futebol.