“Todos os esportes coletivos tem o mesmo objetivo”

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Trazendo mais um pouquinho do que li no livro de Guardiola!

Em determinado momento, Guardiola traz um conceito para definir universalmente todos os esportes coletivos, segundo ele, em qualquer esporte coletivo, a posse de bola deve ser obtida no intuito de enganar o adversário, manter a posse em um lado e de repente em um rápido movimento, levar a bola para o outro lado afim de encontrar alguém com mais espaço para definir.

Essa declaração veio após uma revolta de Pep sobre o Tiki Taka, o espanhol disse que odeia o Tiki Taka, porque a posse de bola por posse de bola é uma grande besteira.

Olhando para a definição dele, é impressionante como por mais que outros tenham percebido anteriormente, a declaração de Pep traz para nós que ficamos aqui apenas no pitaco um conceito simples para se entender o esporte coletivo.

Baseia-se em ter a bola e trazer o rival para um espaço do campo onde você terá domínio, porém como esse espaço estará muito povoado, caberá ao time, mudar rapidamente o local onde a bola estará para encontrar alguém livre e com um espaço maior para concluir a jogada.

O mais impressionante é que seja no vôlei, basquete ou handebol (trouxe esses três como exemplos mais próximos do que praticamos nas aulas de educação física na escola) o conceito é o mesmo, o trabalho coletivo é feito para que alguém em algum momento tem espaço para concluir a jogada com a menor pressão de marcação possível.

Parece trivial, parece a coisa mais óbvia do mundo, mas a forma como alguém executa é a grande diferença, porque não envolve somente treinamento, desculpem a redundância, mas “envolve envolver” o jogador, fazer com que ele entenda e tenha confiança em executar, que ele tenha em mente tudo que pode acontecer no momento seguinte, desde a execução correta do movimento até a errada.

Como Pep diz, para você ter a bola, você precisa querer ela, atacar o adversário é fundamental o quanto antes para ter a bola novamente para si.

E aí como sempre que Pep é fantástico, a sensação que no xadrez do futebol ele conhece todos os movimentos possíveis, todos, não existe nada que passe desapercebido, e é dessa forma que seus jogadores possuem total segurança de tudo que pode acontecer.

Sou um apaixonado pelo futebol como todos vocês sabem e essa biografia do Pep foi um belo soco no meu estômago, até em uma biografia Pep consegue ampliar nosso olhar para o jogo de futebol.

O que esperar do City de Guardiola?

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Acho que ler o livro do Guardiola me faz achar que posso pensar como Pep reforçaria o time inglês que ele irá assumir. Contudo, sei que passa apenas de um exercício baseado em algumas premissas dele.

E para quem fica nessa especulação maluca sobre os homens de frente, eu sinceramente, acho que Pep pouco mudará, Sterling, Bruyne, Aguero, Navas, Nasri, Iheanacho e Silva compõe boas peças para o estilo de jogo, se estiver dentro do fair play financeiro, talvez venha um com maior protagonismo. Se for um medalhão, eu não sei porque, mas chuto um Bale.

Mas, o olhar do Pep e a busca maior será pelo setor que começa o jogo, sua defesa e seu primeiro homem de meio de campo, aquele que fará a mesma função que ele aprendeu tão bem escutando Cruyff. E aí, que vejo a maior reformulação do City.

Sinceramente, a sensação que fica é que se o Pep pudesse mudaria a defesa inteira, exceto Hart. Talvez o menino Delph tem mais chances com ele, talvez o Mangala ou Kompany sejam o seu Pique ou Boateng, mas depois, acredito que muita coisa irá mudar.

Pep, só levou Thiago do Barça quando foi para o Bayern, talvez uma opção irá tirar Alaba dos alemães e investir firme para tentar trazer Verrati. O italiano seria perfeito para fazer o que Guardiola espera do camisa 4 dele, lembrando que 4 na Espanha era a camisa que ele jogava, camisa do que aqui chamamos de primeiro volante.

Não dá para ter idéia do que Pep fará na janela agora de imediato. Pep tem por costume olhar o grupo, antes de fazer mexidas, mas acho que seu olhar sobre o time, já traz a agonia dos ajustes que terá que fazer na origem da sua proposta de jogo, seus defensores.

Portanto, se vocês andam preocupados com quem de frente Pep levará do seu time, acho bom olhar para quem da defesa do seu time pode sair a qualquer instante. Desconfio que o foco de Pep está lá. Um zagueiro, um lateral e um camisa 4 (principal peça do esquema) são aqueles que devem chegar com toda certeza.

 

E a palavra é Jerarquia

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Bauza tem usado muito essa palavra, na verdade ela é a principal característica que ele procura em suas equipes.

Se fossemos traduzir literalmente teríamos a palavra hierarquia. Palavra que para nós significa apenas uma forma de organizar as pessoas ou coisas diante de uma ordem de prioridades. Por exemplo, do diretor para o assistente.

Muitos trouxeram que Bauza trata como uma forma de protagonismo, de imposição que seu time deve exercer no jogo. Contudo tem um pouco mais nas entrelinhas, na tradução literal e na esperada sobre o que Bauza espera.

Bauza considera o futebol lógico, como uma forma clara de expectativa do que o outro (rival) irá propor e como será feito para combater isso, a questão está apenas em como os jogadores respondem a isso e ai entra a jerarquia de Bauza.

Não simplesmente assumir o protagonismo, mas principalmente a capacidade suficiente de que todos os atletas hierarquizem as prioridades de ações a serem tomadas para que o funcionamento tático seja o mais próximo do combinado possível.

De certa forma, nas literaturas sobre Mourinho e de Pep (a qual estou lendo agora) e mesmo nos discursos de Tite (nossa principal referência atual) a questão mais importante trazidas por todos é como garantir que o jogador saiba o máximo de possibilidades que o jogo pode trazer para ele e quais respostas ele terá para agir.

Quando Bauza diz que o time precisa de mais Jerarquia, ou que precisa de jogadores com mais jerarquia, ele simplesmente traz o conceito de maior sucesso do futebol.

Quanto mais eu consigo ser claro para que meus jogadores entendam as possibilidades e quanto mais talento eles tenham para conseguir aplicar essas respostas durante o jogo, mais sucesso o time terá.

Bauza pode ainda não saber traduzir a palavra, assim como nós olhamos ela com a mesma superficialidade de um Google Translate, mas ela traduz muito da excelência que se busca dentro das quatro linhas.

Guardiola fora da Champions?

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E o campeonato inglês pode protagonizar uma outra curiosa situação.

Além de todos os indícios de que teremos um campeão fora do comum, Leicester ou Tottenham, começo a desconfiar que existe uma chance de Pep ficar fora da Champions no ano que vem.

Em tempo, antes de entrar nessa possibilidade, não coloquei o Arsenal porque realmente acho que o time não chega, o time teve chance de realmente encostar algumas vezes e nunca chega de vez, vai morrer na praia.

Voltando a possibilidade que eu vejo, O City encontra-se atualmente em 4º na última vaga para a Champions pela Premier League. O time de Pellegrini está 4 pontos a frente do United e 7 do Liverpool que tem um jogo a menos. Os Citizens nesses 08 jogos finais ainda enfrentam United, Chelsea e Arsenal e o time tem ido muito mal nos clássicos.

Lógico que o United também balança, enquanto o Liverpool parece a vias de engrenar. Não se apresenta ainda como uma possibilidade gigante, por enquanto é apenas uma possibilidade, mas que o City pode protagonizar o maior “vexame” da história de Pep, deixar o espanhol fora da maior competição do mundo.

A meu ver, um tropeço no domingo no clássico de Manchester pode aumentar consideravelmente essa possibilidade.

E aí, vocês acreditam em Guardiola fora da Champions?

Sobre Muricy e Levir…

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Ontem assistindo a um programa na ESPN vi uma entrevista com Muricy.

Como é bom ver o treinador feliz novamente, Muricy parece contente novamente com seu trabalho, seja pelo desafio do Flamengo, seja pela renovação que encontrou ao visitar o Barcelona. E a sua renovação, Muricy precisou de apenas um curto período na Catalunha para se reinventar, rever conceitos, perceber que ele ainda pode fazer mais pelo futebol.

E seu estilo ainda está em formação no Flamengo, mas parece com potencial imenso, o time tem uma proposta de jogo bacana, de ter um futebol envolvente, e é bom ver Muriçoca feliz, sua entrevistas são sempre muito boas. Assim como Levir.

O treinador que chegou ao rival terá que buscar o tempo perdido no ano, achar uma forma rápida e fazer os atletas entenderem, mas se Muricy entrou nessa “vibe” só agora, Levir parece ter adotado essa postura a mais tempo. Sua motivação não é mais financeira e tampouco a respeito de vitórias, sua ideia é propor um jogo envolvente, resgatar o futebol pelo prazer do jogo. Sem exagero, mas algo parecido com Guardiola, mas nem de longe com a mesma obssessão de Pep.

Sinceramente, não dá para prever o quanto Muricy e Levir darão certo, o quanto suas propostas serão bem aceitas e trarão resultados para os co-irmãos Fla x Flu. Mas entre várias coisas de destaque esse ano, muitas delas negativas, inclusive mais uma demissão no próprio Flu, essa dupla no futebol carioca é uma das boas novas que merecem um olhar atento ao longo de 2016.

Que Muricy e Levir tenham vida longa.

The One na Premier League!

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Enquanto no Brasil, a preocupação é com o Tsunami chinês ( e olha que ainda nem começou o europeu direito), na Europa o fervor é com tsunami Guardiola.

O melhor técnico atualmente e talvez o maior de todos os tempos já avisou que deixa o Bayern (que inclusive já escolheu Ancelotti) e que quer ir para a Premier League.

O melhor campeonato do mundo terá o melhor treinador do mundo e pode ainda ter Mourinho novamente como adversário e quem sabe na mesma cidade. São grandes as chances de Manchester contar com cada treinador em seus Caprichosos e Garantidos.

Esse furor todo por causa de Guardiola, também promete movimentar o mercado de treinadores, para Guardiola assumir um Manchester alguém precisa sair.

Van Gaal está na corda bamba, é quase certo sua saída, saída essa que deve decretar a aposentadoria antecipada do mesmo, já que para ele seria seu último trabalho.

Ainda sim, não sei para onde Guardiola vai, com a vontade dele de treinar na Premier League todo mundo ficou empolgado, até quem estava satisfeito com seu treinador, deve estar cogitando fazer uma propostinha, vai que…

Lembro que a algum tempo escrevi um texto chamando Pep de Papa, ou PopePep, como inglês tem essa mania, e um é o Special One e outro o Normal One, Pep podia ser o The One mesmo.

Pois ele é o maior.