Jadson veio ao futebol pelo dinheiro…

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Tenho ficado um pouco sem escrever, primeiro pelo trabalho que tem me tomado bastante tempo nesse mês e segundo porque esse final de ano é sempre mais complicado achar algo interessante para escrever, pois 90% é especulação sobre quem vem, ou quem sai.

Porém, nesse vai e vem, uma saída me chamou a atenção, a saída de Jadson para a China.

Acredito que o atleta profissional de futebol busca ao longo da sua trajetória ter sucesso em duas frentes, financeira e nas glórias. A carreira é curta, você precisa juntar dinheiro em um tempo muito menor do que os demais profissionais, nem vou entrar no mérito dos valores pagos, estou apenas evidenciando um fato.

Muito dizem que a proposta de Jadson era irrecusável, será mesmo?

Jadson irá ganhar 40 milhões por duas temporadas, pouco mais de 1,5 milhão por mês. Provavelmente o maior contrato financeiro que o atleta já teve, mas com certeza um montante muito inferior ao que ele já acumulou ao longo da carreira.

O meia tem 4 anos de Paraná, 7 de Ucrânia e mais 4 anos em São Paulo. São 15 anos recebendo como um jogador de futebol, vamos desconsiderar os primeiros 4 anos no Atlético-Pr, onde era apenas uma promessa. Vamos aos demais 11 anos, suponhamos que ele recebeu em média 500 mil reais por mês. São cerca de 80 milhões recebidos ao longo da sua trajetória, dinheiro esse que deve ter sido gasto em um monte de coisas e investido em outras tantas.

Aposto que um patrimônio superior a 100 milhões ele tenha.

Para quem nunca ganhou nada dentro do Brasil e que fazia parte do time favorito a Libertadores e para depois da tal sonhada ‘estabilidade financeira” não era a hora de pensar nas glórias, em marcar seu nome por um grande clube no país de origem, ou simplesmente marcar o nome em um grande clube.

Sei o quanto é importante a independência financeira, mas não acho que Jadson não a tenha atingido, ele poderia agora gravar seu nome com um jogador vencedor pelo Corinthians, preferiu garantir ainda mais sua independência. Uma pena.

Como o próprio Osório disse que aprendeu com Fergunson, uns estão pela glória, outros pelo dinheiro. Jadson veio ao futebol pelo dinheiro.

Obrigado Osório e volte sempre!!

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Pensei em escrever muita coisa sobre todo o turbilhão passado no São Paulo, mas sinceramente, a decepção por ver que todo esse circo é armação de algum dos lados é muito triste, o cheiro de podre exala no Morumbi.

Portanto, achei mais digno falar de Osório, de sua curta passagem, da relação de amor e ódio que criou tanto dentro do São Paulo como do lado de fora.

Do lado de dentro, inclusive falo de torcedores, como foi difícil para alguns aceitarem suas ideias e filosofias, como o medo e as muletas (no brasil não funciona, e o time só entrosa se sempre jogar junto) do nosso ludopédio foram aparentes.

A passagem de Osório sutilmente mostrou porque o 7×1 não foi um apagão, ele não é um Deus e nem é um técnico genial, é apenas um potencial técnico com boas ideias que podem dar certo ou não, ainda falta provar muito, porém seu jeito expôs feridas no Brasil.

Cada um em sua área mostra que o Brasil continua orgulhoso, que descer do pedestal, que entender que o futebol mudou, ainda é um esporte apaixonante mas mudou é aquilo que Guardiola diz, todo jogador terá que entender que por alguns momentos o jogo não passará por ele e que ele precisará ter paciência e disciplina para esperar a sua hora.

Aqui não, ainda achamos que só craque resolve. Que futebol é simples, é só fazer mais gols que o outro, e de fato é mais a maneira de fazer precisa de entendimento.

A passagem de El Profe foi curta, não deixou nenhum título, para o time, deixou a certeza de que Thiago é o volante que o time precisa, que a recuperação de Breno é daquelas histórias lindas do futebol e que ainda falta muito para nós arrumarmos o 7×1.

Profe, tenho certeza que você fez a decisão errada, escolheu uma seleção com muita gente querendo dar pitaco no seu trabalho, você irá se arrepender, mas tudo bem e como ensino nos treinamentos de atendimento, obrigado e volte sempre.

E se o campeonato acabasse na 29ª rodada?

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O Corinthians seria o campeão, mas teria sua faixa carimbada pela Ponte, o time do interior de São Paulo tem se especializado em dar trabalho para o time da capital. E Doriva vai se mostrando um grande técnico, em pouco tempo ajeitou a Ponte e o time seguirá mais um ano na elite do futebol nacional, podendo até almejar um lugar entre os 10.

Galo, Grêmio e o encantado Santos completariam o G4. O Galo ainda sonha que poderá chegar na 33ª rodada (confronto direto) com chance de passar o Corinthians, ainda acho muito difícil essa reviravolta, mas ontem vi pela primeira vez Tite nervoso, e nem estou falando da comemoração, mas da preocupação demonstrada antes da virada da Macaca.

A disputa pela quarta vaga que está muito acirrada, hoje o Santos (46) ocupa essa vaga, com o mesmo número de pontos o SP (46) que vive a expectativa de até quando Osório fica. Palmeiras (45) está oscilando demais, basta ver a goleada sofrida diante da Chape ontem e Flamengo e Inter (44), um engrenou, caiu e agora pode ter se reencontrado e o Inter que ainda não engrenou, pode engrenar após a parada e pode chegar lá em cima.

Já na zona da confusão, o Vasco foi prejudicado mas segue na sua corrida para escapar, são 6 pontos para sair da zona, ainda distante, mas muito mais próximo do que a algumas rodadas atrás. Todo mundo está na apreensão que todos os quatro de SC irão cair, garanto que a Chape não cai, quanto aos demais, não sei.

A 29ª rodada teve 5 vitórias dos mandates, 2 dos visitantes e 3 empates, foram 30 gols marcados, o que mantém uma boa média nas últimas rodadas, destaque para Apodi, Camilo e William Barbio, o trio da Chape que infernizou o Palmeiras ontem.

E para vocês, como seria se o campeonato acabasse na 29ª rodada?

O monstro do armário chamado Rodízio…

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E Osório optou por ficar e junto com ele o rodízio que ele promove e que resolvemos tornar um monstro maior que aquele que sua mãe dizia morar no seu armário.

Aliás, tal qual o monstro no armário, o rodízio que Osório promove é inofensivo e o menor dos males dentro do São Paulo.

A saída de uma debandada de peças defensivas tornou ainda mais fraco o setor tricolor. Os são paulinos lembram o quanto a defesa era criticada desde o ínicio do ano, imagina que saíram os titulares e os reservas, adivinha quem ficou, promessas, jogadores que voltam de lesão e aqueles que nem reservas eram.

Soma-se isso a guerra política, dividas deixadas e dividas assumidas e verá que um mero rodízio e pequeno no problema do time.

O rodízio é apenas um atributo de algo maior.

Definir um esquema tático bem como a filosofia de um time. Osório tenta implantar o seguinte conceito, o São Paulo agora passará a ser um time ofensivo, com variação entre o 3-4-3 e o 4-5-1 com um volante e uma linha de quatro meias. A partir daí, todos e tudo entendem como o São Paulo irá funcionar. Cada jogador, sabe muito bem qual o papel de cada posição, e se for colocado em tal lugar, qualquer um do goleiro ao centroavante, sabe o que é esperado daquela função.

Ou seja, a médio prazo, qualquer novo jogador, qualquer formação do time na base, fica fácil pensar o que querem dentro do time. O esquema está definido, pronto, é o mesmo sempre.

Então, porque esse barulho todo a respeito dessa questão?

Para garantir a rápida absorção de todos no elenco do esquema, Osório precisa que rapidamente todos os jogadores atuem e de preferência em mais de uma posição, isso ajuda a cada um entender o papel principal que será esperado dele e possíveis variações ao longo do jogo. Nesse processo, alguns jogadores estão sucumbindo e com dificuldades de entendimento, o que é normal, já que não houve pré-temporada com Osório, ele chegou no meio da temporada, costume local nosso.

Osório está tendo que implantar essa mudança com o campeonato em andamento, a famosa expressão “trocar a turbina com o avião no ar” encaixa perfeitamente ao clube nesse instante.

Para muitos, a questão do imediatismo (outra característica profunda do brasileiro) e do futebol de resultado grita alto e ecoa no Morumbi, enquanto isso, Osório vai tentando mostrar que o monstro do armário não existe e tampouco é esse animal gigantesco destruidor de lares.

“Uns pelo dinheiro, outros pela glória”

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E ontem assisti a entrevista de Osório ao programa Fox Sports Radio. O programa tinha sido na segunda, mas só ontem consegui acompanhar ele na integra.

Primeiramente, fiquei ainda mais feliz pela contratação do colombiano para o meu time. Osório é da verdadeira turma de professores, no Brasil, incluo ele, Marcelo Oliveira, Levir Culpi e Tite nesse grupo. São aqueles que educam os jogadores sobre o que esperam taticamente e como administrar os egos e conflitos do dia a dia.

Além de tudo, esse grupo, são daqueles que gostam de falar de futebol, que você para para ouvir as suas histórias e explicações sobre o funcionamento do jogo. Portanto, para quem não viu, assista, é sempre bom escutar essas pessoas falando sobre futebol.

E entre muitas coisas faladas, várias sobre as aves tricolores, proposta de jogo e outras mais, uma frase sempre me chama atenção.

“Uns estão pelo dinheiro, e outros pela glória.”

Já é a quarta ou quinta vez que ele a diz nesse primeiro mês de São Paulo.

A frase se refere ao caminho que os jogadores trilham no futebol, e ele reforça que os atletas de alta performance, os grandes jogadores, já nem ligam para o dinheiro, ele vira pela consequência de sua competitividade, vira porque é bacana ele saber que ele é o atleta mais bem pago, não pelo dinheiro, pelo reconhecimento.

Mostra como ele usou dessa conversa sobre esses propósitos para fazer Pato render o que está rendendo pelo São Paulo.

A pergunta que fica é: e o Ganso qual o propósito dele no futebol? Será que Osório achará o tal botão que ele diz que fará o craque são paulino jogar o fino sempre?

Minha teoria é que Ganso precisa reconhecer em outro meia, um competidor para ele, realmente achar que um fulano é melhor do que ele ou do mesmo nível, tipo Messi-Cristiano, Nadal-Djoko-Federer, Lauda-Piquet e todos aqueles que precisavam desse desafio diário. O próprio talento de Pato, pode ser um desafio a Ganso mostrar que pode jogar mais que o atacante.

Da conversa que vi ontem de Osório, ele é uma boa chance (a melhor) de Ganso conciliar sua genialidade com competitividade.

É aguardar para ver!

Às vezes 4×0, às vezes 0x4…

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E o São Paulo ontem venceu o Vasco por 4×0.

Pato, Michel, Wesley e Boschilia foram os autores dos gols. Pato e Wesley foram os melhores, aliás um volante não é um jogadorzaço, mas nem de longe é aquela draga que passou pelo vizinho aliverde de muro.

Já Pato é aquela velha máxima, nunca se sabe qual virá a campo. Futebol sobra, um dos melhores atacantes do Brasil, mas por apenas 10-15 jogos no ano, tem sempre algum devaneio que atrapalha sua continuidade dentro de campo.

Centurion tem exagerado, ficado demais com a bola no pé, mas é inegável que ele precisa começar jogando, tem gás para o jogo todo e é o tipo jogador chato de enfrentar.

De qualquer forma, a ideia de jogo proposta por Osorio (além do esquema 4-1-4-1, para em breve virar o seu 3-3-1-3) precisa de entrosamento e comprometimento alto dos jogadores.

Como o time opta por ditar o ritmo de jogo, a movimentação para criar espaços e a velocidade para recompor tem que estar bem ensaiada, pois quando a bola do Pato bate na trave, o São Paulo corre o risco de perder de quatro, quanto a zaga cochila e Pato acerta o gol, o São Paulo pode ganhar de 4.

Futebol também é detalhe, aliás são eles que compõe o todo e fazem um time vencer ou perder uma partida.

O São Paulo ainda é um esboço, passível de ganhar e perder de 4×0 nesses testes para chegar a versão final.