Por nuestro e por nosso futebol

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Você sabe o que anda acontecendo no Uruguai?

A briga que os jogadores estão criando com a Federação Uruguaia (AUF) merecia maior atenção da nossa parte do que estamos dando. Porque para quem almejou que o Bom Senso fosse colaborar com a melhoria do futebol por aqui, quando vemos os jogadores da seleção se posicionando e realmente querendo arrumar o futebol do seu país, é de parar prestar atenção e bater palmas.

Os principais atletas uruguaios resolveram iniciar uma briga com a federação para que o dinheiro fosse melhor distribuído, dinheiro esse por muitas vezes conquistados “as custas” deles.

Os jogadores entendem que suas imagens são exploradas de forma arbitrária, sem o consentimento deles e consequentemente sem um entendimento adequado de como essa verba é revertida dentro do próprio futebol uruguaio. Em resumo, os que os atletas liderados por Lugano, Godin, Suarez e companhia é que além de maior quantidade do dinheiro repassado que exista uma transparência no processo.

Segundo o movimento, a empresa repassa US$ 10 milhões (R$ 30 milhões) por ano para ser repartido entre os clubes, sendo que tem um faturamento superior a US$ 60 milhões (R$ 183 milhões) – valor que não considera a arrecadação com patrocinadores, internet etc. Ou seja, entendem que a verba distribuída poderia ser bem maior.

E o protesto ganha cada vez mais proporções que mostram que os grandes craques não cederão a pressão, ontem, cerca de 500 jogadores protestaram para que o presidente atual da federação peça renúncia.

O movimento que ganhou a hashtag #masunidosquenunca o que mostra que a luta será firme e não só os atletas locais estão participando como contam com a voz dos principais atletas no apoio e atuantes.

Quando olhamos o vizinho e pensamos para cá, percebemos a diferença gigantesca no engajamento dos atletas em apoiarem a melhora do nosso futebol, primeiro porque não lembro de nenhum que faça parte das últimas convocações com postura ou voz que cobre reais melhorias no futebol.

São raros os atletas com grande nome de repercussão internacional com essa postura, hoje só vejo o craque Alex com essa postura.

Existe um problema cultural muito maior no nosso país que surge na educação e que nos deixa “menos” envolvidos com o olhar coletivo e a preocupação com os próximos e consequentemente menos preocupados em melhor onde atuamos, já que a minha parte deu certo.

Olhar para o Uruguai

e aprender com isso, pode ajudar a fazer de cada um melhor e naturalmente de todos “mais melhores” (com liçenca poética..rs) ainda.

O São Paulo vive…

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Ah, o futebol.

Não costumo escrevo posts como torcedor, apesar de sempre deixar claro meu amor pelo São Paulo, mas é inevitável tecer algumas linhas após a atuação de gala do time nos primeiros 45 minutos de ontem. O segundo foi de inteligência, mas o primeiro é quase um exemplo, uma obsessão para o time buscar sempre.

Bauza, enfim teve uma semana para trabalhar e o resultado foi incrível. Aliás, Bauza merece mais um caminhão de elogios pelos dois últimos jogos, duas escolhas acertadas (Centurion e Wesley), o grupo parece fechado com ele.

A crise dentro do elenco que sondava os corredores do Morumbi foi resolvido ao melhor estilo Telê, na base da disciplina, do entendimento da responsabilidade e entendendo que não adianta fazer biquinho, amanhã alguém que você não gosta continuará lá, aprenda a conviver.

E no meio disso tudo, o protagonismo de Ganso. O que Paulo Henrique está jogando nesse ano é formidável, Ganso assim como o time parece ter retomado o tesão por jogar bola, seu talento sempre o acompanhou e permitia ele dar demonstrações dele em alguns jogos, mas aliado ao tesão que ele readquiriu, seu futebol aparece sempre no tricolor.

Bauza, Lugano, Maicon, Pintado, Cunha e Leco ressucitaram a alma do São Paulo. Não sei até onde o time irá, ainda é cedo, mas acima de tudo o time ganhou alma e coração, o sangue volta a correr nas veias.

O São Paulo vive…

O Portunhol vai virar idioma…

Maradona

E o meu tricolor trouxe Lugano, Mena e Calleri, já tinha Wilder e Centurion e ainda busca Buffarini e quem sabe outro gringo para a volância. Não lembro na história do meu time, alguma vez que o time teve tanto gringo.

E o mais engraçado que não somente o São Paulo, os times em geral tem saído para buscar seus reforços na América do Sul. Muitos alegam a falta de opção atualmente, os bons estão caros ou bem empregados, portanto é melhor buscar nos vizinhos.

Sinceramente, acho muito válido a aparição de gringos por aqui, acho rico para a composição do campeonato, seria bacana se conseguissemos mesmo de “segunda linha” trazer alguns europeus também.

Só acho que deve-se tomar o cuidado com o excesso, com preferir um segundo linha de outros centros do que investir na promessa da base. É quase um dilema gastronomico, entre escolher comida congelada ou preparar sua própria comida, o primeiro é rápido e atende a sua fome, o segundo dá muito mais trabalho, pode dar errado, mas pode ficar maravilhoso.

É preciso cuidado para não colocar lasanha congelada no lugar de um belo gnochi da vovó.

E aí eu pergunto para vocês, quem é o melhor gringo que passou pelo seu clube e quem foi o pior?

Pelo meu tricolor que eu vi jogar, foi Lugano e Aristizabal, um pela importância, outro pelo futebol. E o pior, foi o Ameli, mas confesso que foi difícil escolher, teve alguns…rs..

 

Pitacos enquanto a bola não rola…

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Ontem, Atlético-MG e Inter entraram em campo pela Flórida Cup.

E apesar de ainda faltar alguns dias para o nosso futebol voltar com tudo, será interessante ficar de olho em como os times irão render para 2016. A sensação que tenho é que estamos partindo para um salto qualitativo da questão tática e organização dos times.

Fico com a sensação de que 2016 será um bom ano aqui pelo Brasil. E aqui vai alguns pontos que quero ficar de olho ao longo do ano.

1 – Tite e o Corinthians: Após a China sair as compras, a pergunta que fica é o que esperar do atual campeão brasileiro, como Tite irá dar liga para esse time e como remontará a estrutura dele.

2 – Aguirre e o Galo: Para mim é o time a ser batido nesse início do ano, manteve a base, treinador novo e bons reforços para compor o elenco. Cazares jogou pouco ontem, mas mostrou que pode realmente ser interessante e que Datolo terminou bem o ano passado e já começou bem de novo.

3 – Flu e Eduardo Baptista: O treinador tem a chance de ouro, após bom trabalho no Sport, assumiu o Fluminense e agora teve tempo de impor seus conceitos, além disso, o time saiu as compras e montou um bom time, pode dar liga.

4 – Falcão e Sport: O time também foi desmontado do meio pra frente, mas buscou boas peças e vem se consolidando como uma força nos últimos anos, o que acho incrível, a grande questão é se Falcão enfim, vai decolar.

5 – Palmeiras e Marcelo Oliveira: Novamente o time saiu as compras, com ímpeto menor que no ano passado, mas ainda sim, foram 08 contratados, Marcelo é ótimo treinador, mas tá na hora de fazer esse time jogar bem.

6 – Bauza e São Paulo: O tricolor parece iniciar uma nova era, sem Ceni, o time trouxe um treinador mais copeiro e manteve boa parte do grupo que terminou o ano, no papel parece um bom time, resta ver se Bauza além de liga, conseguira junto com Lugano dar brio para esse time.

7 – Roger e Grêmio: Para fechar coloquei aquele que para mim sai na frente em 2016. O Grêmio foi o único que acabou o ano bem, conseguiu manter praticamente o time inteiro, não perder ninguém importante, trazer reforços pontuais, e manter o treinador. A tendência é que evolua em relação ao ano passado. O único problema é o grupo dificílimo que caiu na Liberta, um tropeço que não seria absurdo pode jogar todo esse planejamento fora.

Poderia ainda incluir Inter e Cruzeiro nessa lista, mas não vi algum fato de destaque nesses times, apesar da curiosidade por aguardar o trabalho de Deivid.

Abs,
Cadê Meu Camisa 10

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Lugano de volta!

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E Lugano chegou!

Como gostamos de dizer, El Dio5 voltou!

Li muita coisa sobre ele e a tão sonhada chegada, li inclusive, muita bobagem de jornalistas “politicamente corretos” ou que se intitulam falar apenas de futebol, como se futebol fosse apenas um esporte.

Muitos quiseram diminuir a chegada do ídolo são paulino, alegando que ele não joga em alto nível a sei lá quanto tempo e coisa mais. Confesso que eu no ano passado, fiquei receoso e cheguei a achar melhor que ele não viesse. Quanta tolice, inclusive minha.

A chegada de Lugano não é pelo zagueiro que foi, é ou será, é pelo que ele representa, é pela importância de mostrar o brio que a maioria aqui em terras tupiniquins parece ter esquecido, o respeito que se tem porque um uniforme que se veste. Seus valores, como não trocar camisa e não brincar com os nomes dos ídolos, são tratados com graça por aqui e depois ficamos sem entender a falta de amor pela camisa amarela.

Porque tratamos a seleção como patrimônio da CBF, ao invés de nosso, porque achamos normal um cara que já ganhou muito, querer ganhar mais, por causa de uma independência financeira que parece precisar sobreviver a mais 100 anos pelo menos.

Lugano é antítese disso, é aquilo que falta aqui no Brasil, não por acaso, a maior recepção de um atleta em um aeroporto brasileiro foi a dele, exatamente quando o fluxo tem sido de debandada geral para a China.

Lugano lembra que o futebol é mais do que um esporte.

Se ele vai dar certo ou não, isso deixa para quem quer olhar números, por tudo que já aconteceu ontem, a única coisa que qualquer são paulino sabe é que errado não deu.

Bem vindo de volta Lugano!

Lugano ou Luis Fabiano?

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Sei que novamente irei falar sobre o São Paulo, mas um movimento de dois dos principais jogadores atuais da história do São Paulo mostra o que eterniza um jogador diante de sua torcida e o que o credencia apenas como um jogador que tem números respeitáveis, mas não será ídolo.

Lugano e Luis Fabiano.

Luis Fabiano é o terceiro maior artilheiro do São Paulo, artilheiro brigador que inclusive já deixou claro em entrevista que entre fazer um gol e ajudar na briga, opta pela segunda sem pestanejar.

Luis tinha grandes chances de cair no gosto da torcida, porque além de toda essa característica brigador, Luis é ótimo centroavante, mesmo sem estar no auge atualmente e um goleador nato.

Porém, sua dificuldade em decidir em jogos importantes, sua constante ausência nesses mesmos jogos e suas opiniões de cabeça quente completamente contra o clube pelo qual ele torce só o afastam da torcida.

A última delas foi “infelizmente, fico”.

Agora é a vez de falar de Lugano, o zagueiro atuou por cerca de três anos pelo tricolor, ganhou Libertadores e Mundial, tem a mesma característica de Luis, o excesso de raça em alguns momentos, porém sempre usou isso como um símbolo do seu amor pelo clube.

Faz quase dez anos desde sua saída e nem por isso Lugano esquece o São Paulo, diferente do outro “Lu”, Diego se tornou são-paulino, não nasceu, o clube o cativou e encantou tanto que o São Paulo passou a ser o seu time.

E mesmo após perceber que a diretoria atual pouco fez para tê-lo de volta e pediu uma única coisa para o seu novo clube, o Cerro Porteño, que seja incluída uma claúsula em seu contrato que em caso de proposta do São Paulo, ele deve ser liberado de imediatamente.

Eu mesmo questionei a volta dele, como fui pequeno. Mesmo que não renda mais em alto nível, mesmo que possa cometer erros individuais e prejudicar o time em algumas partidas, sua liderança e amor a camisa junto ao grupo são fundamentais para dar um choque nesse time que parece ser um espelho da nossa seleção atual.

O São Paulo é quase uma representação clubística da nossa seleção. Vive de um rótulo da sua história, com administrações sombrias e jogadores com pouca identicação com a camisa.

Lugano é um ídolo do São Paulo, Luis Fabiano apenas um jogador com uma bela marca histórica.

E essa diferença se repete pelos clubes afora, e no time de vocês, quem é o Lugano e quem é o Luis Fabiano?