
Galera, desculpa por não escrever o post como de costume, mas estou no meio da correria da montagem do meu apartamento e hoje estão montando os móveis, por isso estou replicando o post de Birner. que na minha opinião é o melhor blog para análise de partidas. Mas quero deixar uma frase que resume o que achei do jogo, O Felipão é o mestre em fazer um time jogar feio, mas é difícil ganhar dele, viu!. Confiram a análise Birner.
De Vitor Birner
Santos 0×1 Palmeiras
Quando a comida do dia a dia é ruim, ums deliciosa refeição quebra o marasmo e aumenta o prazer de viver. É o caso dos clássicos nesta chata e longa fase do paulistinha. O da Vila Belmiro ainda tinha outros atrativos. A disputa entre o melhor sistema defensivo contra o time de ataque mais goleador e talentoso do campeonato, a vitória palmeirense ano passado no mesmo estádio, a rivalidade santista e palestrina…
Formações
Marcelo Martelotte escalou Rafael, Pará, Durval, Edu Dracena e Léo; Adriano e Danilo; Elano, Ganso e Neymar; Zé Eduardo. Felipão colocou em campo Deola, Cicinho, Danilo, Thiago Heleno e Rivaldo; Márcio Araújo, Marcos Assunção, Patrik e Lincoln; Adriano e Kléber.
Esquemas táticos parecidos, concepções de jogo bem diferentes graças às características dos atletas.
“Empate da defesa scolárica”
Há várias razões, boas e más, que levam um treinador a posicionar seu time de forma defensiva. O técnico pode ser incompetente, medroso ou conservador. E também pode preparar a equipe assim por ser a melhor maneira de conseguir as vitórias. É o caso do Palmeiras do grande Luís Felipe Scolari. Sabia que se deixasse Ganso e Elano criarem, o clássico estaria perdido.
Neymar também precisa de atenção triplicada, ao contrário de Danilo e Adriano, os volantes santistas, que pouco acrescentam quando estão com a bola. Felipão pediu aos seus comandados marcação sob pressão na saída de jogo. Se funcionasse, a defesa santista seria obrigada a dar vários chutões, o Palmeiras recuperaria a gorduchinha com mais facilidade e o meio-campo santista não conseguiria fazer o que melhor sabe.
Kléber, Adriano e Lincoln trataram de marcar os defensores anfitriões. O Peixe demorou para ganhar a posse de bola. O problema palmeirense era o que fazer com ela no ataque. Cruzamentos, chutes de média e longa distâncias e alguns passes de Patrik na meia direita incomodaram o time da casa.
Pará e Elano solucionam. Felipão ajeita
Lá pelos 15, 20 minutos do primeiro tempo, o Santos achou uma forma de acabar com o chutão. Pará e Elano, na direita, conseguiram levar a redonda pelo chão até o meio-campo. Adriano deveria acompanhar o lateral adversário, mas não o fez algumas vezes. Por isso Felipão não titubeou ao substituí-lo por Luan 10 minutos antes do intervalo.
O objetivo era impedir o rival de jogar, além de aproveitar uma das constantes falhas da defesa dele. Isso obrigou o Palmeiras a atuar no contragolpe. O Santos ficou com a bola no meio, mas sofreu para encontrar espaço no forte bloqueio alviverde. Marcos Assunção acertou o travessão aos 41.
Santos cresce no começo do segundo tempo
A habilidade de Neymar empolgou a torcida da casa no começo do segundo tempo. Ele deu muito trabalho a Patrik, Marcio Araujo e Cicinho, os marcadores do lado esquerdo do ataque santista. Aos 15, Martelotte trocou Zé Eduardo por Keirrison. Trocou a movimentação pelo centroavante, em tese, mais capaz de prender a bola e aproveitar os cruzamentos. Até aquele momento, o Santos só ganhava por cima quando o levantamento partia de uma cobrança das várias faltas sofridas por Neymar e Durval estava na área. Marcos Assunção, aos 8, tinha chutado outra vez a bola na trave.
Arbitragem fora do padrão
O apitador Vinícius Furlan sofreu. O time palmeirense, catimbeiro, malandro e guerreiros, virtudes importantíssimas para o sucesso da defesa, chegou junto desde o início. Jogou futebol normal, diferente do habitual e cheio de frescuras do paulistinha. O soprador de apitos não deu cartões amarelos em divididas duras na bola, normais do jogo, assim também não o fez nos carrinhos na dita cuja e choques involuntários de braços com rostos. Neymar se irritou. Por pouco não perdeu a cabeça.
O problema de deixar o jogo correr desta forma é que nas outras partidas as coisas foram diferentes. Eu gosto mais assim, mas sou obrigado a achar a arbitragem ruim, pois desrespeitou o patético critério do torneio. Usar critérios iguais em todos os jogos é fundamental para qualquer campeonato. Os auxiliares foram bem quando apontaram os impedimentos e ajudaram o apitador a invalidar os gols de Danilo e Thiago Heleno. Ambos os lances foram difíceis.
Vitória da defesa
Aos 21, João Vitor entrou no lugar do cansado Lincoln. Aos 29, Durval, de cabeça, obrigou o Deola a fazer grande defesa. Aos 34, Patrik, o melhor em campo, tocou para Kléber no espaço deixado por Pará, e o atacante finalizou bem. A estratégia de Felipão e a aplicação dos jogadores para colocá-la em prática garantiam a vitória do Palmeiras. Logo em seguida, Pará saiu e Felipe Anderson entrou. Era o tudo ou nada para os donos da casa.
Felipão substituiu Cicinho, que joga do lado de Neymar, por Chico, mais forte na marcação. O Santos ficou com a bola na frente, tentou dribles e cruzamentos, contudo não obrigou Deola a nenhuma defesa difícil.
Pois é…
E tem gente que não acredita na importância do treinador
Felipão é a estrela do líder do campeonato.