E o STJD resolveu julgar algo que realmente é importante, ou pelo menos que valha a função desse órgão. Eles irão olhar jogadores que não puderam atuar por “acordo de cavalheiros”, o veto à atuação de atletas contra o ex-clube é proibida pela FIFA e pela própria CBF, no artigo 33 do Regulamento de Registro e Transferência:
Art.33: ‘A transferência por cessão temporária de atleta profissional pode ser convencionada pelo clube a que contratualmente o atleta está vinculado (cedente) a outro clube (cessionário), sendo nulas e de nenhum efeito quaisquer cláusulas ajustadas entre as partes que visem a limitar, condicionar ou onerar a livre utilização do atleta cedido por parte do cessionário, enquanto vigorar a cessão, respeitados os contratos celebrados antes da publicação deste regulamento’.
Sendo assim, 0 STJD identificou nove jogos no campeonato nos quais a irregularidade foi cometida pelas equipes participantes. São eles:
Palmeiras X Goiás (24/05/2015 – 3ª Rodada) – Atleta: Felipe Menezes (Goiás)
Atlético-MG X Vasco da Gama (31/05/2015 – 4ª Rodada) – Atleta: Serginho (Vasco)
Internacional X Coritiba (07/06/2015 – 6ª Rodada) – Atleta: Wellington Paulista (Internacional)
Vasco da Gama X Cruzeiro (13/06/2015 – 7ª Rodada) – Atleta: Riascos (Vasco)
Sport X Atlético-MG (08/07/2015 – 12ª Rodada) – Atleta: André (Sport)
Flamengo X Corinthians (12/07/2015 – 13ª Rodada) – Atletas: Emerson Sheik e Paolo Guerrero (Flamengo)
Grêmio X Flamengo (18/07/2015 – 14ª Rodada) – Atletas: Pará (Flamengo) e Erazo (Grêmio)
São Paulo X Corinthians (09/08/2015 – 17ª Rodada) – Atleta: Alexandre Pato (São Paulo)
Cruzeiro X Internacional (Dia 16/08/2015 – 19ª Rodada) – Atleta: Fabrício (Cruzeiro)
Sinceramente, eu nunca entendi muito essa regra, ou melhor acordo de cavalheiros que os clubes praticavam, eu empresto um cara para um time, porque de alguma forma ele não me serve nesse momento, porém ele é perigoso o suficiente para eu não deixar ele jogar contra mim, oras, deixasse ele no elenco então.
Até porque, eu emprestei o meu atleta porque eu considero que o restante do elenco é mais forte do que ele, mesmo quando falo de garotos da base. Emprestar para ganhar rodagem é porque você aposta que o restante do grupo é melhor naquele momento do que o garoto, não tem nada de errado, é um direito e um planejamento que o clube tem todo direito.
Agora, atrapalhar o planejamento do outro é um pouco sacana. Se o time quis um jogador seu para compor o elenco é porque no planejamento daquele clube existe espaço para o jogador, logo o esquema do jogo tem espaço para ele, quando eu privo o jogador de atuar, eu obrigo ao clube a improvisar contra mim.
Confesso que desconhecia que essa prática era ilegal, que era uma irmandade entre clubes, uma irmandade que só existe nessa hora.
Espero que o STJD enfim atue em algo que é necessário acabar, além dos motivos que listei, pelo principal, que é a ilegalidade, mas espero que o STJD faça isso sem precisar armar um circo imenso e perder a importância por isso.