A passagem de Bauza foi boa?

Paton 020816

Analisar a passagem de Bauza pelo São Paulo vai além dos números, que aliás, são péssimos.

Sim, quando você olha os números de Bauza pelo São Paulo, seu aproveitamento foi pífio, não teve conquistas e o time não mostrou um futebol vistoso.

Contudo, é inegável que ele fez o papel que lhe foi pedido, recuperou o brio do grupo, criou enfim um sentimento de grupo no elenco, para que os jogadores se dediquem uns pelos outros e consequentemente pelo time.

Bauza tem outros números interessantes, enfim fez o time ganhar um clássico, depois de um longo jejum o São Paulo venceu o Palmeiras pelo Brasileirão, enfim o time não perdeu na nova casa do Corinthians, o time voltou a ser mais respeitado nos clássicos, briga mais e não se torna presa fácil.

Paton, deslanchou de vez Ganso e fez o nosso 10 enfim ir tentar o sonho da Europa, fez torcida ter paz com Michel e Wesley mesmo que a qualquer momento, isso pode acabar. Mas também insistiu em Centurion e agora deixou Chavez ai para a gente.

Ele sai com o time tendo a terceira melhor defesa do Brasileirão, algo inimaginável no começo do ano. Em contrapartida, o time precisa melhorar muito no ataque, é o 5º pior do campeonato.

Por fim, acho que a passagem de Bauza foi positiva, muito mais pela alma reconquistada do que pelos resultados e no fim a saída neste momento, diferente da de Osório, foi conveniente para todos.

Bauza poderá ter uma oportunidade única na vida, caiu no colo a chance de dirigir uma seleção argentina, uma série de fatores contribuíram. Em compensação para o São Paulo a oportunidade vem em boa hora, com o time sendo reconstruído e com a sensação de que estava difícil Bauza tirar algo a mais do time, era uma boa hora para um sangue novo.

Cabe agora ao São Paulo escolher bem a continuidade do trabalho de Bauza, além da filosofia de jogo parecido, tem que ser alguém que não tenha restrição com estrangeiros e que rapidamente siga o que o São Paulo pode oferecer, remontar o time durante o Brasileirão e fazer frente pela Copa do Brasil.

Para Bauza, fica um muito obrigado e que não tenha tanta sorte na Argentina, ou que mantenha o desempenho de aproveitamento igual foi no meu tricolor..rs..

Além disso, a dúvida que fica agora é se o São Paulo traz outro gringo para virar técnico de seleção daqui 6 meses ou se investe em algum brasileiro.

De longe, eu apostaria em Diego Aguirre, Ricardo Ferretti, mas acho que São Paulo pode estar olhando Abelão também.

E você são paulino, quem você queria ver no tricolor?

E se o campeonato acabasse na 17ª rodada?

Neilton010816

Depois de uma semana tumultuada, voltamos a ativa e com o nosso querido post pós rodada completa.

E o Corinthians seria o campeão, o time que segue vencendo mesmo com Romero e já alcança o primeiro lugar na tabela, independente de o time continuar o não, alcançar a ponta nesse momento é simbólico, normalmente o campeão do primeiro turno leva o caneco.

Outro que assumiu a vice liderança e também vem embalado é o Santos, a molecada da Vila segue firme e forte, com Vitor Bueno em estado de graça nesse campeonato. Mais um jovem surgindo no time do litoral paulista, que novidade, né?

Fechando o G4, estão o Palmeiras e o Grêmio. Contudo, ambos precisam ficar atentos, porque Flamengo e Atlético-MG estão em ascensão e pedindo passagem, junto com o Santos são os times que estão no melhor momento, logo, o clássico entre Santos x Flamengo promete na 18ª rodada.

No meio da tabela, destaque positivo para o Sport que embalou a terceira vitória consecutiva e descolou da perigosa zona de rebaixamento, Diego Souza parece a vontade com a camisa rubro negra e já encosta na briga pela artilharia, Jesus ainda lidera com 10 gols.

O destaque negativo vai para São Paulo e Inter, o tricolor paulista bateu o recorde de público do campeonato (55.000 pessoas dentro do Morumbi), mas ficou encantado nos primeiros minutos e viu a Chape ser novamente uma pedra no sapato, o time de Bauza já está a 3 jogos sem vencer no campeonato.

O Colorado vive drama maior, são 09 jogos sem vencer e o time que dividia a ponta com o Grêmio no início do campeonato, agora vê a 3 pontos de distância a zona do rebaixamento.

Enquanto isso na parte debaixo da tabela, estão Coritiba, Santa Cruz, Cruzeiro e América-MG, tirando o Cruzeiro que acredito que irá melhorar com a chegada de Mano, a sensação que eu tenho é que a disputa pela última vaga ficará bem restrita a Vitória e Figueirense, entre os 5, apenas um se salvará.

A 17ª rodada terminou com 22 gols, com 6 vitórias dos mandantes, 2 empates e 2 vitórias dos visitantes. Meu destaque individual não poderia ser outro, o novo Neymar, ou o menino Neilton. O atacante do Botafogo teve grande atuação e fez alguns relembrarem a alcunha que recebeu logo que começou. Grande partida e fundamental para a vitória carioca e tirar o Palmeiras da liderança.

E para vocês, como seria se o campeonato acabasse na 17ª rodada?

A melhor defesa é o ataque!

Foto: Adelson Costa

Foto: Adelson Costa

Vocês sabiam que ao final da 13ª rodada do Brasileirão, os três jogadores mais faltosos do campeonato são atacantes?

Sim, depois de um terço de campeonato, Grafite (Santa Cruz – 40 faltas), Gabriel Jesus (Palmeiras – 35 faltas) e Kléber Gladiador (Coritiba – 35 faltas) lideram o quesito, são os jogadores que mais cometem falta no campeonato brasileiro.

Os dados foram retirados do ótimo site footstats.net, que se você olhar entre os 20 mais faltosos, temos 08 atacantes, 06 volantes, 05 laterais e somente um, um único zagueiro nessa lista.

Mas porque o Cadê Meu Camisa 10 traz essa informação?

Primeiro pela curiosidade imediata de não ver um zagueiro ou pelo menos um volante brucutu entre os três primeiros, segundo porque isso mostra como o futebol mudou sua forma de jogar e como estamos ainda que aos trancos e barrancos também acompanhando essa mudança.

Hoje o futebol é muito mais corrido, dinâmico e coletivo, foi-se o tempo que o cara com talento tinha tempo para criar uma jogada mágica, hoje em pouco tempo ele é atropelado por uma manada de gnus, aquela que tirou a vida de Mufasa quando ele foi proteger Simba (sim, hoje acordei inspirado).

Sendo assim, é necessário que os 11 jogadores estejam comprometidos até a tampa com a marcação, que ninguém tenha o luxo de não marcar, mesmo com intensidade menor, todo mundo precisa ajudar. Como Patón Bauza e Tite gostam de frisar, “no meu time os 11 marcam e se possível os 10 atacam”.

Só que ai aparecem nossos “problemas” de formação, se hoje em dia é obrigatório que o atcacante saiba marcar porque o futebol exige, vemos nas estatísticas que eles até estão dispostos a ajudar, mas não possuem nenhuma técnica de marcação, acabam indo afoitos e cometem muitas faltas.

Isso sem falar na máxima lei do futebol existente aqui no Brasil, o perigo de gol ou aquela famosa parada de costas que o zagueiro faz, onde ao menor contato do atacante ele já cai e grita desesperadamente como se sua dignidade tivesse sido arrancada.

De qualquer forma, é interessante ver algumas mudanças no estilo de jogo, ver os atacantes marcando de forma mais contundente, o entendimento que o futebol é coletivo, todo mundo precisa ajudar, a começar pelos centroavantes, mas que de qualquer jeito, ainda precisam aprimorar um pouco, para não ter tanta falta.

Em tempos atuais, o sábio ditado futebolístico que dizia que “a melhor defesa é o ataque” precisa ser entendido melhor, acho que estão interpretando um pouquinho errado.

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O São Paulo se reencontra usando a competição que mais gosta…

grupo

Depois de hoje serão 47 dias para o retorno da Libertadores.

Sim, dentro daquilo que já falei trocentas vezes aqui, só aqui na América do Sul que um campeonato que dura um semestre consegue parar por 47 dias.

Mas novamente voltarei minha atenção para o que meu tricolor tem feito. De campanha condenada desde o primeiro jogo, do egoísmo dos jogadores e das dúvidas sobra Paton, para o time de hoje. Que pode ainda oscilar tática e tecnicamente, mas é um time que pulsa, que vibra, que como disse anteriormente, o sangue voltou a correr dentro do Morumbi.

A campanha tem uma química curiosa para os mais superticiosos, tem vários elementos de Bauza nas suas conquistas (2008 e 2014), assim como tem vários elementos da primeira campanha campeã do São Paulo pela Libertadores.

Em ambas as campanhas, as vitórias fora de casa não exisitiram, tanto Bauza como São Paulo só tiveram uma vitória fora de casa.

Bauza em suas campanhas não teve times brilhantes, mas se especializou com o seu mantra, a única certeza que eu tenho é que será difícil ganhar da gente. E assim foi LDU e San Lorenzo não eram brilhantes, mas eram aguerridos, entrega total todo o jogo e alto aproveitamento nas bolas paradas, alguma coincidência com o tricolor. Com o gol de ontem, o São Paulo tem 40% dos gols advindos da bola parada.

Na campanha de 1992, o tricolor começou perdendo no jogo de estreia, teve uma campanha questionada e foi crescendo ao longo do campeonato, teve brasileiro na fase de mata-mata e tem a possibilidade de enfrentar um time de Rosário na final, além de tudo, enfim esse novo São Paulo lembra o São Paulo antigo, aquele que se tornou o grande vencedor do futebol nacional.

Logicamente que até pelo o que o time vem apresentando, não dá para saber o que será na competição, por enquanto as únicas certezas são, o São Paulo ainda tem mais duas quartas de Libertadores e o sangue voltou a correr alucinadamente dentro do Morumbi.

O São Paulo vai usando esse possível reencontro com a taça que mais ama para se reencontrar.

O São Paulo vive…

Michel290416

Ah, o futebol.

Não costumo escrevo posts como torcedor, apesar de sempre deixar claro meu amor pelo São Paulo, mas é inevitável tecer algumas linhas após a atuação de gala do time nos primeiros 45 minutos de ontem. O segundo foi de inteligência, mas o primeiro é quase um exemplo, uma obsessão para o time buscar sempre.

Bauza, enfim teve uma semana para trabalhar e o resultado foi incrível. Aliás, Bauza merece mais um caminhão de elogios pelos dois últimos jogos, duas escolhas acertadas (Centurion e Wesley), o grupo parece fechado com ele.

A crise dentro do elenco que sondava os corredores do Morumbi foi resolvido ao melhor estilo Telê, na base da disciplina, do entendimento da responsabilidade e entendendo que não adianta fazer biquinho, amanhã alguém que você não gosta continuará lá, aprenda a conviver.

E no meio disso tudo, o protagonismo de Ganso. O que Paulo Henrique está jogando nesse ano é formidável, Ganso assim como o time parece ter retomado o tesão por jogar bola, seu talento sempre o acompanhou e permitia ele dar demonstrações dele em alguns jogos, mas aliado ao tesão que ele readquiriu, seu futebol aparece sempre no tricolor.

Bauza, Lugano, Maicon, Pintado, Cunha e Leco ressucitaram a alma do São Paulo. Não sei até onde o time irá, ainda é cedo, mas acima de tudo o time ganhou alma e coração, o sangue volta a correr nas veias.

O São Paulo vive…

O verdadeiro fato novo…

tite21

Acho engraçado como somos reféns dos nossos repetidos erros.

Reclamos da atuação da nossa seleção, esquecemos de olhar como o mundo faz e sentamos no ignorante isolamento de que resolveremos tudo aqui dentro. Precisamos assumir a primeira verdade, somos ultrapassados.

Nossa seleção sobrevive pelo talento, que é gigantesco, mas sempre teremos algumas seleções a frente coletivamente, enquanto continuarmos com esse pensamento bairrista.

Enquanto, uma filosofia, um esquema, um trabalho de formação real dos jogadores para que eles assumam a seleção não for feito, nossos times serão sempre catados, por muitas vezes ou sempre, ótimos catados, com a chances até de títulos, mas ainda sim, catados.

Outro questão importante fugindo da seleção, mas um mantra dentro do nosso território é a falta de paciência com o pofexo. Estamos insistindo na burrice de avaliar trabalho de treinador com apenas um mês, tanto para elogiar, quanto para massacrar.

De verdade, é possível alguma análise sobre o produto entregue por Aguirre, Bauza, Cuca, Deivid, Levir e Muricy? Cada um a sua forma, estão implantando sua filosofia, seu esquema tático, enquanto os jogadores estão ainda entendendo, consequentemente, errando muito para aprender.

É completamente absurdo julgar um trabalho antes de pelo menos um semestre. Qualquer outra decisão pela glória ou inferno de qualquer um desses é fruto de subjetividades nossas, é se apegar em misticismo, ou na velha máxima, era preciso um fato novo.

Fato novo hoje em dia em nosso futebol, é deixar um treinador trabalhar, isso sim um tremendo fato.