Polônia, a cabeça de chave…

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Acabei de ler uma notícia que explicava que Brasil e Rússia já estavam certos como cabeças de chave para o sorteio que definiria os grupos da Copa do Mundo, eis que para minha surpresa quando fui ler toda a matéria, me deparei que seguindo os critérios da FIFA, são grandes as chances da Polônia ser uma das cabeças de chave da Copa 2018.

Sim, a Polônia. Sim, ela está em 6º no ranking de seleções da FIFA. O Ranking, para quem não conhece possui a seguinte fórmula, P = M x I x T x C. Onde M é os pontos obtidos na partida (3 em caso de vitória, 1 no empate e 0 na derrota),   I é a importância da partida, que vai em uma escala 1 (amistoso) a 4 (final de copa do mundo), T a força do oponente, medida pela posição dele no ranking no dia da partida e C, o coeficente de relevância de cada Confederação.

Sinceramente, acho um ranking válido para classificar as seleções, busca dar um cenário de como elas andam, quem vem bem e etc. Por exemplo, a Polônia faz boa campanha no seu grupo das eliminatórias, lidera e tem tudo para terminar em primeiro.

Contudo, porém, todavia, pensar na Polônia como cabeça de chave me deixou intrigado, então resolvi pensar em um ranking que respeitasse a campanha das seleções na Copa do Mundo. Fiz um ranking das seleções nas Copas do Mundo pegando as últimas 5 Copas, a sugestão de ranking, campeão 50 pontos, vice, 25, semifinalistas, 15, quartas 10 e oitavas 5. Pronto.

Fazendo a projeção o ranking ficou da seguinte forma, coloquei apenas os nove primeiros: 1º Alemanha 115, 2º Brasil 110,  3º França 85, 4º Espanha e Itália 65, 6º Holanda 60, 7º Argentina 55, 8º Inglaterra 30 e 9º México 25.

Curioso que somente Brasil, Alemanha e o México estiveram presente em todas as fases de mata-mata nas últimas cinco Copa do Mundo.  Até fiz uma projeção contando apenas as últimas três, mudaram a ordem de alguns, mas os 7 primeiros continuaram os mesmos.

E aí, apesar de não achar que a Itália e a Argentina estejam sobrando nas eliminatórias não dá para negar que são seleções que costumam chegar nas fases finais da Copa, mesmo que a Argentina a muito tempo não belisca o caneco.

Gosto do ranking, acho válido como disse para entender o momento atual das seleções e vislumbrar que a Polônia poderá ser um osso indigesto para qualquer seleção favorita na Copa do Mundo,  mas não consigo imaginar que um grupo poderá ter Polônia, Chile, Nigéria e Japão, enquanto outro pode ter Brasil, França, Bélgica e um coadjuvante.

E vocês, gostam da Polônia, cabeça de chave?

A vida real imitando a arte

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O futebol tem várias histórias mirabolantes e por muitas vezes quando não vivenciamos, temos dificuldades para acreditar que elas realmente aconteceram como foram descritas.

Mas ontem, foi dia do futebol me lembrar e me proporcionar a possibilidade de não esquecer dessa capacidade dele, aliás, a semana começou assim, mostrando como o esporte é incrível.

De domingo para cá, tivemos a reação espetacular na final do Super Bowl, independente de gostar o não do esporte, a história é épica, a cesta de Lebron na segunda feira empatando um jogo com um movimento de rara destreza, e ontem a Libertadores.

O campeonato mais querido, quase sempre lembrado pela sua luta (as vezes até literal), por cachorros em campo, estádios em lugares exóticos, teve uma história daquelas dignas de contos de Nelson Rodrigues ou do mestre Armando Nogueira.

O Atlético Tucuman da Argentina estreante na Libertadores faria seu primeiro jogo fora e teria a cidade de Quito para começar a aprender o que é andar pela América do Sul e tudo deu errado, seu voo não está com a documentação em dia e o time não conseguiria chegar a tempo do jogo contra o El Nacional no Equador.

O time acionou a Conmebol e se comprometeu a entrar no primeiro voo disponível para Quito, mas com o risco do jogo começar atrasado, foi aceito e o time chegou com uma hora de atraso para a partida, não suficiente e na pressa de estar presente em campo logo, o time não possuía uniforme para a partida.

E naquelas coincidências (??) que essas histórias permitem, a seleção argentina sub20 estava próximo e pode fornecer o uniforme deles para que o time argentino pudesse entrar em campo.

Então a história teve seu complemente triunfal, o time que passou por uma situação complicada chegou com o aquecimento prejudicado e todo o processo para ir para a partida afetado, jogou com a camisa da seleção Argentina e conseguiu arrancar uma vitória heroica pela vantagem mínima, classificando o time para a fase seguinte.

O Tucuman tinha ficado no empate em seus domínios e precisou construir essa história quase folclórica para se classificar para a próxima fase.

O time argentino pode nem chegar na fase de grupos, seu próximo rival será o complicado Junior Barranquilla, mas pelo menos, eles fizeram história para inspirar qualquer um nessa semana a entender o poder do esporte. E mostrar que as vezes, a vida é quem se inspira em contos que parecem que nunca iriam acontecer.

 

O efeito Tite!!

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E a seleção venceu a terceira seguida, Tite segue com 100%.

Muitos podem dizer que os adversários não eram lá grandes coisas, eu mesmo compactuo disso, exceto pela excelente vitória diante do Equador em Quito. Mas o que foge do placar frio é a atuação dentro de campo.

Se compararmos com o antecessor, Dunga, principalmente na primeira passagem dele, a seleção também ganhava, mas não empolgava, ou era um “futebol burocrático” que incomodava aos olhos assistir as vitórias.

Com Tite não, a seleção voltou a jogar o fino, consegue aos poucos, mas de forma impressionantemente rápida, conciliar futebol moderno com o nosso principal diferencial, a improvisação nos instantes finais da conclusão da jogada.

E tudo isso, com apenas três jogos, poucos treinos, mas uma capacidade absurda do gaúcho Adenor. Ele tem conseguido colocar as melhores peças em suas posições e extraido o melhor de cada um.

Ele terá nos próximos três jogos o principal teste de ferro, enfrentará a Argentina (casa), Peru (fora) e Uruguai (fora), jogos bem mais complicados do que os três primeiros que ele teve.

E só fazendo um comentário técnico, acho que Tite ainda precisa achar o ponta direita, nessa linha entre o atacante e o volante eu colocaria da direita para esquerda, Douglas Costa (ou Lucas), Renato Augusto, Coutinho e Neymar. Mas quem sou eu, diante do que Tite vem fazendo.

É difícil conter a empolgação, mas o mais importante para mim não é a expectativa de título, isso é uma consequência e nem deve ser parametro, o mais incrível é que Tite conseguiu fazer eu me preparar para assistir aos jogos da seleção, a querer ver a amarelinha desfilando em campo.

Um efeito em tanto!

Bielsa, Duncan e Verstappen…

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O que Verstappen e Duncan podem ensinar para Bielsa?

E o que eu estou fazendo ao misturar F1, NBA e futebol?

Esportes de alta performance exigem decisões grandiosas constantemente, e que ao longo do tempo serão pesadas pelo caráter das escolhas, sacrifícios e resultados obtidos.

Bielsa fechou com a Lazio e dois dias depois foi avisado pela Federação Argentina que uma possibilidade de assumir a seleção existia. O treinador então, levado pela emoção, optou por voltar atrás no contrato com o clube italiano, e para piorar tentou se escorar em fatos que não se sustentavam.

Enquanto isso, Verstappen, viu uma chance de dentro da temporada de F1 de trocar de escuderia e correr um risco tremendo, agarrou a possibilidade e vem mostrando que tanto ele, como a própria Red Bull fizeram certíssimo com a decisão, O garoto vai mostrando o quão prodígio é, sendo o mais jovem a vencer uma corrida e na temporada atual, desde que assumiu o volante da Red Bull, só Hamilton fez mais pontos que ele, superando inclusive, o líder do campeonato, Rosberg.

E para ainda completar a lista, Duncan resolveu anunciar sua aposentadoria. Aquele que carisonhamente, apelidei de Rivaldo do basquete, pois não faz lobby nenhum, não se promove e ambos esbanjaram talento além da conta e foram pouco reconhecidos. Decisão difícil, mas que o próprio desempenho na temporada passada o fez refletir e mais uma vez não ser egoísta.

Entre a decisão de um jovem e a decisão de um veterano no esporte, o que mais fica evidente é o legado que se deixa a partir de cada passo, construido na sua carreira. Verstappen ainda engatinha, mas mostra a personalidade necessária e a firmeza das escolhas, o tempo dirá em qual local da hierarquia dos pilotos ele estará.

Assim, como Duncan, que também em seu ato final como jogador de basquete foi coerente com seu legado, não precisou de alarde, nem de grandes movimentações, contribuiu o máximo que pode com o time que ele escolheu e soube a hora que não estava mais contribuindo tanto. Seu legado é firme, consistente e gigantesco na NBA.

Bielsa, começou prodigioso na função de treinador e ultimamente tem se destacado mais pelas confusões ou falta de palavra no cumprimento dos contratos do que outra coisa, é hora de se reinventar, olhar de verdade para ver qual o legado que ele está entregando como treinador.

As vezes, olhar um pouco para exemplos fora do futebol podem ser a solução.

A fala de Messi…

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Enfim, falarei de Messi.

O craque argentino, atualmente melhor jogador do mundo disse que não jogará mais pela seleção argentina. Após mais um vice campeonato, o terceiro consecutivo pela seleção e o segundo seguido nos pênaltis contra o Chile, o argentino disse que não dá mais para ele, que só quem está ali sabe o que eles passam e queriam trazer o título.

Sinceramente, do ponto de vista profissional, não entendo em nada a decisão de Lionel. O campeão se faz também com as derrotas, um craque também se destaca na superação dos revés que o futebol proporciona, pular fora assim, parece que algo de alguém que está apenas acostumado com a “facilidade vitoriosa” que o Barcelona proporciona.

Contudo, até pelo Barça algumas derrotas aconteceram e nem por isso ele se mostrou assim.

Ainda no ponto de vista profissional, Messi está na sua melhor forma pela seleção, foi regular em 2014, melhorou em 2015 e tem estado muito bem em 2016, além disso, se tornou o maior artilheiro da sua seleção ao superar Batistuta e ainda tem muita lenha para queimar, o craque possui apenas 29 anos, estará ainda voando no Qatar-2018.

Portanto, algo maior parece ser a motivação.

E não estranhamente, vários jogadores parecem rumar para a mesma posição de Messi, a de pular fora da seleção. Sendo assim, duas opções se tornam as mais prováveis, ou é a comissão técnica ou é a galera do escritório (AFA) que andam incomodando os jogadores.

Eu li que Messi quem indicou Tata, não sei o quanto é verdade, sinceramente acho o trabalho do treinador mediano, não soube trabalhar no Barça e seu único feito (se é que é mérito dele) é fazer Messi render mais na seleção. Mas, pensando no potencial que essa seleção tem, deixa muito a desejar.

Portanto, não descarto a possibilidade de ser apenas um motim contra o comando técnico.

Porém, desde o vice campeonato da Copa do Mundo que pipocam reclamações sobre o que a Confederação tem feito com nossos hermanos, desde um mal planejamento das viagens para os jogos, até instalações em condições precárias, e antes que muitos falem que é frescura, pode até ser, mas parece um pouco surreal que a seleção argentina não tenha condições razoáveis para hospedar o time, sem falar nos acertos financeiros combinados que dão a entender que seguem confusos.

Por isso, minha opinião diante do cenário recente (últimos dois anos) é que Messi teve um arroubo de decepção por não conseguir mais um título, mas que essa declaração confusa sobre continuar ou não tem muito mais nas entrelinhas do que apenas a tristeza.

Até porque se for apenas emocional a decisão, Messi pode ter parado na escadaria que leva rumo ao Olimpo dos craques.

Precisamos voltar a gostar de futebol!!

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A nossa querida seleção passou por mais um vexame!

Quebrou mais um tabu, saiu ainda na fase de grupo da Copa América em um grupo com os “fortíssimos” Equador, Peru e Haiti. O time brasileiro conseguiu não marcar nenhum gol nas duas seleções mais razoáveis e simbolicamente fez um 7×1 sobre o Haiti para nos lembrar do que aconteceu na Copa do Mundo.

Eu sei que muitas vezes, o que acontece fora de campo reflete dentro de campo, mas nesse caso nem dá tempo, o problema ainda está dentro de campo. e como sempre digo na seleção é diferente. Basta olhar o perfil de treinadores e tem algo que começo a perceber recentemente.

Não existe mais essa condição de testar trocentos jogadores, o grupo tem que estar fechado, 30-35 jogadores no máximo, apenas olhar possíveis promessas para serem incluídos aos poucos. A sensação é que talvez ai esteja um grande nó nosso, o balcão de negócio do qual se utiliza algumas pessoas via concentração da seleção.

Eu acho que entre os 23 convocados para qualquer jogo, algo entre 10-15% deve ser a taxa de renovação e olhe lá. É preciso dar conjunto para um time que se encontra e treina tão pouco, basta ver a seleções de sucesso. Parece que Espanha e Alemanha jogam juntos a quase 10 anos, poucos jogadores mudam, a renovação é gradual.

A seleção de 2006 foi completamente trocada em 2010, que foi completamente trocada em 2014 e agora segue para ser completamente trocada em 2018.

Vamos fechar uma base aqui, vocês podem completamente discordar, mas a questão não é essa, veja: Diego Alves, Alisson e Grohe, Daniel Alves, Danilo, Marcelo e Filipe Luis, Thiago Silva, Miranda, Marquinhos e Gil, Casemiro, Renato (Santos), Renato Augusto, William, Coutinho,  Lucas Lima e Ganso, Lucas, Douglas Costa, Neymar, Gabigol e Jonas.

Vocês podem mudar, fiquem a vontade, mas o principal é, quantas seleções individualmente possuem elenco melhor do que o nosso?

Eu particularmente, aceito que apenas 3 ou 4. Alemanha, Argentina e França com certeza, Espanha tenho minhas dúvidas. Porém, nosso futebol é como se fossemos a atual 20ª potência, e aí para mim o principal é falta de tempo. Falta de tempo para que se escolha um projeto real, um treinador com projeto para que se deixe um time trabalhar e ganhar conjunto.

A Espanha começou seu projeto em 2004, Alemanha em 2006 e nós paramos em 2002.

Como já disse Tim Vickery em 2012, o brasileiro não gosta de futebol, ele gosta de vencer. Nosso imediatismo tem consumido gerações e gerações de futebol.