Semifinais da Copa do Brasil

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E ontem as duas primeiras partidas das semifinais da Copa do Brasil aconteceram. De começo o que me preocupou foi o público, pouco mais de 26 mil no Morumbi e pouco mais de 34 no Maracanã, ou seja, somando os dois daria publico para encher os palcos. E tem gente que o problema do estádio cheio são os pontos corridos.

No Maracanã, pouco vi, na verdade, aproveitei que o jogo do Morumbi ficou quase 30 minutos parado devido a falta de luz e acompanhei um pouco. Não cheguei a ver os gols, mas vi o Palmeiras errando muito e o Fluminense preparando o bote. Assim que voltei para o jogo no Morumbi, percebi que os botes deram certo, foram dois no primeiro tempo e uma boa vantagem para o Flu.

Quando o primeiro tempo do jogo do São Paulo havia terminado, toda a confusão do pênalti já tinha passado. Contudo, o

Palmeiras saiu no lucro, independente de polêmica de arbitragem, o Flu parece ter sido superior e derrota por 2×1 é bem melhor do que por 2×0.

Agora vamos para o Morumbi, os deuses do futebol pareciam querer impedir que o jogo começasse, meio que tentando avisar ao Santo Paulo que ontem o dia não era dele, primeiro uma descarga elétrica para derrubar a iluminação dentro do Morumbi, mesmo assim Paulo insistiu.

O jogo feio em um gol do ótimo menino Gabigol era mais um sinal, mas Pato empatou, então o Santo Pedro resolveu dar outro indício que não era bom seguir em frente, mandou uma chuva daquelas, a Cantareira olhava com uma aflição para aquela chuva e pensava “porque não aqui?”. Mas não, ela caiu forte durante quase todo o final do primeiro tempo, tentando avisar que ou Paulo se acertava no segundo tempo ou a vaca iria para o brejo.

Como Paulo mostrou que sua apatia seria continua e que iria seguir em frente com o logo, os deuses trataram de mandar todos os Santos logo nos minutos iniciais da segunda etapa resolveram a partida e ponto final.

O jogo não foi para tanto, o tricolor ainda perdeu boas chances, Ganso ainda com 1×1 e Kardec já depois do 3×1 perderam grandes chances, ótimas, imperdíveis. Como Ceni disse na saída, se acabasse 3×3 ou 5×3 para o São Paulo ninguém acharia estranho. Em compensação, a apatia do time nesse ano foi castigada. O time se mostra frouxo em 2015.

Ontem, foi frouxo e com azar, aí fica muito pior.

A tal coisa muito errada…

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Se você é treinador e sabe que o próximo time que você irá treinar tem Rogério Ceni, Souza (jogador de seleção), Michel Bastos, Ganso, Pato, Kardec e Luis Fabiano. Além disso, bons nomes como Toloi, Denilson e Carlinhos e as apostas Hudson, Thiago Mendes e Centurion. Você ficaria feliz?

Com todo o respeito aos demais times, o São Paulo possui o elenco com o maior número de jogadores de nome. Hoje é difícil comparar tecnicamente, ainda mais depois da traulitada que levou do Palmeiras, mas se o tricolor fosse um time de videogame era tranquilamente mais forte que seus rivais nacionais.

Porém, o videogame isenta a única coisa que faz o futebol ser esse esporte tão surpreendente, a cabeça, o lado psicológico do time.

Sim, lado psicológico do time.

O time é uma parte de um organismo vivo chamado clube. E como um bom organismo vivo o equilíbrio do seu corpo é fundamental para que ele funcione bem. Ataíde Gil Guerreiro ontem disse após o jogo que “alguma coisa muito errada está acontecendo”.

Sim Ataíde, você está certo e tudo começa de onde você está sentado. A diretoria está rachada, não se entende e por fim decidiram atrasar o São Paulo por causa de ego. Isso invariavelmente chega no time, por maior que seja a blindagem, quando uma diretoria está descoberta, perguntas sobre bastidores respingam toda hora aos jogadores, seja sobre salário atrasado ou sobre quaisquer discussões de vocês.

Exemplo concreto, o São Paulo deve em quantidade de meses muito menos do que o Corinthians deve aos seus atletas, agora veja o alarde que foi isso a alguns dias atrás para o São Paulo e veja se alguém bate firme no Corinthians sobre isso, porque? Todos na diretoria estão defendendo o clube.

Não acho que os jogadores do São Paulo não tenham personalidade para enfrentar um clássico. Kardec já foi decisivo várias vezes em clássico, seja por São Paulo, seja por Palmeiras, Ganso sempre mostrou personalidade forte, Ceni nem precisa dizer. O problema está no São Paulo.

O São Paulo Futebol Clube está sem confiança, está irritadiço.

A coisa muito errada a qual você se refere meu caro é Ataíde, é uma coisa só mesmo. É o São Paulo!

4 pontos em 3 jogos para os brasileiros…

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E ontem os brasileiros mostraram de forma mais concreta possível, como uma vitória melhora tudo, como um empate pouca coisa muda e como uma derrota pode ser desastrosa.

O Galo que tanto gosto perdeu ontem dentro do Independência. 1×0 para o Atlas com um gol aos 42 do segundo tempo. Nem um dos times foi bem, o time mexicano venceu porque sobrou pernas, o Atlético estava completamente entregue após os 30 minutos da etapa final.

O time demorou para achar seu futebol no primeiro tempo, já no início do segundo exerceu aquela famosa correria do Galo, perdeu muitas chances, Maicossuel chegou atrasado, bola do Luan passou raspando, Andre quase deixou o dele e por aí vai. O time sentiu a falta do seu reforço Lucas Pratto. A boa notícia é que Cardenas é um nome interessantíssimo para o time. Contudo, o Galo precisará de mais um dos seus mirabolantes truques para buscar a classificação. Mas, ainda só depende dele.

Já o rival mineiro, o Cruzeiro estreou com um empate contra o Sucre. O jogo mostrou que o Cruzeiro está montadinho, mantém a mesma tática do ano passado, mas ainda sente do entrosamento e principalmente da qualidade da troca. E não estou dizendo que quem chegou é ruim, mas quem saiu era muito bom, principalmente Goulart e Lucas Silva. É complicado substituir a altura.

O Cruzeiro foi melhor que o Sucre, mas a famosa altitude derrubou o time no final do jogo. Damião voltou a jogar bem, faz boa temporada pelo Cruzeiro e parece que a mudança de ambiente foi benéfica, perdeu alguns gols ontem, mas a movimentação, a busca pela bola voltaram. No fim, o resultado foi ok, ainda mais dentro de um grupo, onde só fatores extracampo (altitude) podem atrapalhar a campanha tranquila da Raposa nessa primeira fase.

Por fim o São Paulo conseguiu uma vitória tranquila e com placar elástico (4×0) sobre o fraco Danúbio. O time uruguaio será o saco de pancada desse grupo tranquilamente, vendo o jogo de ontem, digo que é preciso ganhar deles no Uruguai também. O São Paulo mostra com a vitória que tudo está bem longe de ser perdido, o time foi apático na estréia, mas é ainda um dos fortíssimos candidatos ao título.

Principalmente, quando Muricy entende que Kardec e Luis Fabiano não podem jogar junto e que a melhor peça do São Paulo é Michel na meia. Pato com vontade mostra que é jogador de seleção, ontem ficou durante os 90 minutos e mostrou que Fiorella merece um camarote exclusivo no Morumbi. A única questão ainda é bipolaridade tricolor, o time só possui os modos “futebol envolvente” e “futebol adormecido”, precisa aprender a dosar um pouco seu futebol, para não sofrer nos momentos de dormência.

Por fim, uma vitória, um empate e uma derrota na conta dos brasileiros.

Efeitos de uma pré-temporada

Corinthians-x-São-Paulo

Quando começaram as jogos da pré-temporada, confesso que fiquei achando aquilo tudo muito legal, mas ainda via os times jogando bagunçados e muito mal.

Contudo, ontem os 4 gols marcados por Corinthians e São Paulo mostraram que o período maior para a pré-temporada começa a ter resultados positivos para os clubes.

A evolução que ambos os times mostraram ontem foi de aplaudir.

O São Paulo até o 3×0 mostrou um jogo bem mais organizado, com o time com a bola e criando inúmeras oportunidades. Aquilo que se espera de um time com o potencial criativo que o tricolor possui. Ganso continua mostrando que é inteligente demais, acha espaços incríveis, Pato aproveitou para marcar gols e ganhar novo ânimo, Kardec tirou a “nhaca” que o rondava.

O time ainda mostra lentidão na recomposição quando perde a bola, o que deixa a defesa exposta, a volta de Souza ou mesmo Thiago Mendes pode ser melhor opção do que Maicon nesse sentido, devido a velocidade de cada um.

Já o Corinthians foi gigante. Jogou como time a ser temido na Libertadores, achou um gol com menos de um minuto com Sheik (particularmente penso igual Renato Augusto, duvido que foi de propósito), passou um pouco de nervosismo logo após a expulsão de Guerrero, mas no segundo tempo mesmo com inferioridade numérica foi superior ao Once Caldas e ampliou o marcador.

Quando a quantidade de atletas foi igualada, aí o Corinthians mostrou todo o seu poderio, dois golaços em belas jogadas trabalhadas e garantia de jogo contra o próprio São Paulo pela Libertadores no dia 18.

Se a evolução dos times continuar nessas próximas duas semanas, e ninguém voltar de ressaca do Carnaval, os jogos da Libertadores prometem para São Paulo.

Se fosse no videogame era tudo mais fácil…

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Quem aqui já jogou Football Manager? Ou mesmo jogou carreira no Fifa?

Quantas vezes, você parou para analisar os dados de cada jogador, escolher os melhores para o seu time e dentro do orçamento que você tinha, montar um time que pudesse ser bem competitivo para os campeonatos?

No videogame, a primeira coisa que você faz é escolher um bom goleiro e uma tremenda dupla de ataque, se ainda houver boas oportunidades compra uns meias, monta o time e vai para o jogo.

Os zagueiros? Ah, deixa para lá, depois que ganhar alguma coisa, troca eles, mas por enquanto, os que estão aí, resolvem.

Aidar, tem quase 68 anos completos (completa dia 25 próximo), mas parece um garoto de 15 anos viciado em videogames e que escolhe suas peças pelo número que representa no jogo. Eu imagino Aidar argumentando com o conselho: “mas o Rodrigo Caio tem 92 de cabeceio”, ou qualquer outra bobagem do gênero.

Michel Bastos, Kaká, Ganso, Kardec, Pato, Luis Fabiano compõe dentro do futebol brasileiro um elenco galáctico. O time sobra em qualidade perante aos rivais, porém é completamente desequilibrado, faltam peças defensivas.

Muricy arrumou um pepino bom, mas indigesto. Terá que se desdobrar para montar o time e conter o ego de todos no grupo. Porque com esse grupo de jogadores, precisará apresentar resultados imediatos.

Acredito que treinando o posicionamento de todo mundo, o time deverá ser: Ceni, Douglas, Toloi, Tonhão, Alvaro, Souza, Michel, Ganso, Kaka, Pato e Kardec. É um time muito forte, mas com espaço curtíssimo para dar liga.

Sobre os zagueiros, quando o time ganhar algo, Aidar pensa. Foi assim que seu neto ensinou no videogame. Bem simples, né, Aidar?

Limonada no lugar do champanhe!!

calvin-e-haroldo

Em economia, a Lei da Oferta e Procura, também chamada de Lei da Oferta e da Demanda, é a lei que estabelece a relação entre a demanda de um produto – isto é, a procura – e a quantidade que é oferecida, a oferta. A partir dela, é possível descrever o comportamento preponderante dos consumidores na aquisição de bens e serviços em determinados períodos, em função de quantidades e preços.

Nos períodos em que a oferta de um determinado produto excede muito à procura, seu preço tende a cair. Já em períodos nos quais a demanda passa a superar a oferta, a tendência é o aumento do preço.

Adam Smith e François Quesnay não sabiam o quanto essa maldita lei iria afetar nosso futebol. Defensores do liberalismo econômico, os dois resumem no parágrafo anterior como está escasso o “produto” no nosso futebol.

Caso como o de Alan Kardec mostram como o produto jogador está tão ruim e escasso que estamos pagando fortuna quando algo parecido aparecesse. Soma-se a isso a situação atual dos clubes brasileiros na Libertadores. Depois de sei lá quanto tempo, temos apenas um clube entre os oito finalistas.

Ficamos mal acostumados, talento saia de baciada de nossas terras. Podiamos vender gente e mais gente que ainda sobrava gente de qualidade desfilando categoria em nossos campinhos mequetrefes. Agora, temos campos padrões-Fifa, mas falta mão de obra para cuidar com carinho da redonda.

Vivemos uma era de supervalorização de nossos jogadores. Hoje, Neiltons querem ganhar centenas de milhares por simplesmente serem promessas, sem ao menos terem feito nada em troca pelo clube que atuam. Qualquer jogador é homenageado por atuar 100 partidas por um clube, pensando que os grandes atuam em média 75 partidas em um ano, Basta um ano e pouco para qualquer Zé receber uma homenagem.

Faz tempo que precisamos revisitar como estamos cuidando do nosso produto futebol. Pagamos caro por um ingresso que não oferece quase nada de atratividade.

Faz tempo que vamos ao estádio apenas pela paixão pelo time. E não pelo prazer que assitir ao jogo pode propiciar.

Faz tempo que nossa oferta é bem escassa, pelo produto que estavámos querendo comprar! Estamos comprando limonada pelo preço de champanhe!