Cadê nossos homens-gol?

Cristiane11062019

Com todo respeito as nossas novas gerações, mas desde Fred e Ricardo Oliveira paramos de fabricar centroavantes de alto nível. Parem para pensar de verdade, façam um exercício, quantos clubes brasileiros hoje da Série A tem um centroavante brasileiro de ofício e que você gostaria que jogasse no seu time. Não enche uma mão, pode ter certeza.

Basta dizer que hoje quebramos a cabeça com jogadores que não possuem o faro do gol para assumir essa condição de artilheiro na seleção ou que nosso principal goleador é jogador de lado de campo, Neymar. Firmino, Jesus ou até mesmo Richarlison não são centroavantes, e vemos nenhum outro nome surgindo. Aprendemos a só formar pontas.

David Neres, Lucas, Rodrygo, Vinicius Jr e por aí vai, e quando olhamos para dentro da área, quem? Independente de talentoso ou não, temos um Vizeu que saiu do Flamengo e agora voltou ao Grêmio, um Gustagol no Corinthians e pronto, secou a fonte.

Sinceramente, não consigo afirmar se é de propósito ou não, o que é fato, é  que não é interessante fazer mais um homem gol para o futebol, parece que comercialmente, é  mais fácil empurrar um moleque rápido pelos lados, do que um fazedor de gol.

Fazer gol, exige treinamento continuo, trabalho de fundamento (finalização, cabeceio, posicionamento, etc), enquanto para o ponta, esse trabalho pode ser menor, ou pelo menos, dá para mais rapidamente dizer que está pronto e logo conseguir uma venda para boa para algum mercado coadjuvante no futebol.

E parece que isso saltou ainda mais os olhos ao ver as duas seleções jogarem esses dias, não existe uma Cristiane na seleção de Tite, o domínio da posição centroavante que ela tem, nenhum dos comandados de Adenor se aproxima. Cris, tem dominio absoluto das finalizações, chuta de todas as formas, com qualidade e faro apurado, sua leitura de jogo para achar o melhor espaço dentro da área e formidável.

Para entender melhor, basta olhar quando Gabriel Jesus faz gol versus Cristiane, parece sempre que o gol do Jesus foi mais dificil (e nem falo isso pela cara de dor que ele tem), ou comparando entre o mesmo gênero, compare na sua maioria, Jesus e Firmino vs Fred e Ricardo Oliveira.

Por mais que o futebol tem mudado e precisa ser adaptado e repensado a partir disso, uma coisa ainda não mudou, futebol só se ganha com bola na rede, e para isso nada melhor que nosso famoso homem-gol, artigo raro no mercado atual.

O problema em criar Nenês…

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Todo mundo que já conviveu com um Nenê, sabe as dificuldades que existem.

Apesar da sua chegada trazer euforia, entusiasmo, um novo ânimo para o ambiente, a convivência tem seus percalços.

E entre as principais adversidades, a mais complicada é quando está contrariado, se irrita fácil, por muitas vezes se torna mimado e exagera no choro propositalmente.

A parte ruim disso tudo é quando a exposição pública é grande, muitos de longe sem entender, julgam você e não acreditam que aquela “coisinha linda” pode estar dando tanto trabalho, e quando você menos percebe perdeu o controle.

E para você que pensa que estou falando de crianças, digo que não, estou falando do Nenê no São Paulo.

Admiro seu futebol e realmente sua chegada, mais Lugano na diretoria e Aguirre deram uma nova perspectiva para o São Paulo, o de enfim, retomar os trilhos e aos poucos resgatar sua trajetória vitoriosa, mas de repente, sem mais nem menos, a união do grupo desandou, e muito passa pela atitude de Nenê.

Ele, talvez seja a maior referência dentro de campo hoje, quando bate o pezinho por uma substituição ou quando ao comemorar um gol, propositalmente leva o menino da base a cumprimentar o banco, exceto o treinador, ele erra mais que o treinador, ele não dá exemplo, ele fortalece a cultura recente do clube de mimar atletas, queimar técnicos e não sair desse círculo viciado.

Fora de campo, a chegada de Raí e Lugano davam carta branca para eles cobrarem isso dos jogadores, contarem com a torcida e mudarem a chave no São Paulo, mas não, entraram no mesmo jogo, quando Raí cede a pressão e demite o treinador e quando o zagueiro curte comentário sugerindo a saída de Nenê, ninguém da exemplo, todos seguem a postura infantil dos últimos tempos.

São Paulo não precisa de Nenes, precisa de Anderson (nome do atual camisa 10 do tricolor), homens, adultos e que assumam suas responsabilidades perante o clube.

E isso vale para jogadores, dirigentes, técnicos e torcidas.

O São Paulo parece um adulto com crise de identidade que está repensando sua carreira, suas escolhas, etc.

Nenê precisa assumir o seu papel no time, de ser um exemplo não só técnico em campo, mas principalmente de respeito fora dele.

Raí precisa assumir o papel de dirigente, igual tal como jogador, craque de conduta inquestionável.

E o São Paulo precisa querer que eles assumam esses papéis.

Se não, só restará a parte ruim de cuidar de um nenê

A matemática do Corinthians

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E a derrota de ontem, acendeu um alerta no Corinthians, ou pelo menos assim todos vendem, pelo fato de dar alguma graça na parte de cima da tabela.

Realmente, são duas rodadas de diferença, contudo não custa lembrar que só restam 08. Ou seja, além de torcer para o Corinthians continuar com campanha pífia no returno, ainda é necessário que Palmeiras e Santos realmente consigam fazer o belo returno.

Se lembrarmos do final do primeiro turno, Corinthians conquistou 47, contra 35 do Santos e 32 do Palmeiras. Se pensarmos que o Tite considera que 72 já torna o clube candidato ao título e com 75 é garantido, vamos passar para os postulantes.

Pensando em 72 pontos, para o Corinthians faltam 13 pontos dentre os 24 restantes, para o Palmeiras e Santos restam 19 dos 24, tanto o time da Leila quanto o da praia, tem pouca margem de erro para atingir a pontuação boa.

Além disso, significaria que Palmeiras faria um returno de 40 pontos. Um ótimo returno.

Olhando para a tabela, temos:

Corinthians: Ponte (fora), Palmeiras (casa), Atlético-PR (fora), Avaí (casa), Fluminense (casa), Flamengo (fora), Atlético-MG (casa) e Sport (fora). Sinceramente, os próximos dois jogos são perigosos para uma perda de título incrível, fora isso, é completamente tranquilo buscar os resultados nas demais partidas.

Palmeiras: Cruzeiro (casa), Corinthians (fora), Vitória (fora), Flamengo (casa), Sport (casa), Avaí (fora), Botafogo (casa) e Atlético-PR (fora). A tabela do Palmeiras para quem quer buscar uma arrancada histórica é ótima, mas precisará contar com o tropeço do rival, fora isso, apenas ir bem, não dará certeza de nada.

Santos: São Paulo (fora), Atlético-MG (casa), Vasco (casa), Chapecoense (fora), Bahia (fora), Grêmio (casa), Flamengo (fora) e Avaí (casa). O Santos é o azarão nessa disputa, tem uma sequência complicada fora de casa e pode ficar pelo caminho após voltar de Salvador.

Por fim, apesar da emoção gerada pelo returno pífio do Corinthians, o Palmeiras teria que repetir história parecida com a de 2009, quando na oportunidade ele era o Corinthians e viu o título escapar de forma incrível nas últimas rodadas do campeonato.

Para o Corinthians, basta olhar com atenção para o que aconteceu em 2009 com o arquirrival para não repetir os mesmos erros. Do pouco que vi, acho que Carille pode arriscar uma mexida ou outra no time, como “perder” um pouco do meio e ganhar agressividade nos jogos em casa.

Na matemática, ainda assim é muito difícil o Corinthians perder, o problema é que mesmo a matemática no futebol é subjetiva.

O Brasileirão do rebaixamento…

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Sei que ando escrevendo pouco no blog esse ano, acho que a qualidade do Brasileirão esse ano tem me decepcionado muito.

E a culpa não é dos treinadores, tampouco dos jogadores, a culpa é do nosso sistema. Vivemos de imediatismo no Brasil, temos que nos preocupar com o resultado de amanhã ao invés do trabalho de amanhã, e isso passa pelo mundo corporativo e nas nossas relações.

No trabalho, está mais preocupado em entregar no prazo do que fazer certo, não que os dois não sejam importantes a ordem é que é perigosa, em casa lavamos a louça rápida sem necessariamente lavar ela de fato. E isso reflete no futebol, um espelho do que nos cerca.

O treinador está mais preocupado em errar pouco do que arriscar muito, veja a frase de um dos principais jogadores do virtual campeão de 2017: “Vai vencer essa partida quem errar menos.” (Rodriguinho, meia do Corinthians no duelo contra o Grêmio ontem).

A frase indica o nosso pensamento atual, os times estão indo bem porque erram pouco e não porque arriscam muito, porque criam mais.

Sem desmerecer o Corinthians, que será campeão porque fez mais pontos, isso por si só já é de um mérito sem tamanho. A questão é que essa pontuação foi conquistada a base de errar menos que o adversário ou viver do erro alheio.

E antes que muitos venham dizer que estou diminuindo a conquista do Corinthians, reforço, todos os clubes brasileiros vivem disso hoje, todo jogam para errar pouco ou o mínimo possível, o Corinthians é o que melhor faz isso, por isso será o campeão.

Mas não podemos nos contentar com isso, esse campeonato é para mim o mais fraco tecnicamente falando, o mais pobre do ponto de vista tático e técnico, só o
Corinthians mostra um belo padrão de organização, Grêmio, Cruzeiro e o Botafogo mostram algumas boas partidas, além dos dois baianos que apesar da fraca qualidade do elenco, são times com bons padrões táticos.

Fora isso, uma preguiça e uma desorganização latente em vários times, é difícil acompanhar uma sequência de bons jogos.

Não é à toa, quando pensamos no campeonato de 2017, lembramos o quanto ninguém faz frente ao Corinthians que caiu de produção e no returno, mas principalmente pela intensa disputa no rebaixamento.

Virou o Brasileirão do rebaixamento, porque é lá onde os mais fracos jogam que a disputa está intensa, porque tem muita gente apresentando pouco futebol.

O “quase milagre” do São Paulo

spfc11092017Olá galera do Blog, meus textos estão quase iguais as vitórias do meu tricolor, escassos, demoram para surgir. Pois bem, depois de mais de três meses de silêncio, vamos ver se engrenamos novamente.

Vamos falar do São Paulo nesse retorno, para aos poucos ir desbravando outros casos curiosos em 2017. Grêmio, Atlético-MG, Corinthians, Botafogo, Vasco e Santos esses times para mim, me surpreendem em suas campanhas no ano.

Vamos ao tricolor paulista, que talvez seja aquele o qual a campanha nem surpreende tanto, porque o roteiro é tipico de quem flerta com o rebaixamento.

Contudo, apesar do desempenho necessário até o fim do campeonato ser muito acima do que o time produz até então, a tabela permite ao clube escapar, porque vários outros também estão com baixa performance. O São Paulo precisa somar 23 pontos nos próximos 15 jogos. Sendo assim, apenas x configurações são possíveis:

Somar 08 ou mais vitórias: O São Paulo precisaria com oito jogos a menos, conseguir ao menos duas vitórias a mais do que conseguiu até agora;

Vencer 7 partidas e empatar duas: Dessa forma, o São Paulo poderia ainda se “dar o luxo” de perder 6 partidas.

Vencer 6 partidas, empatar 5 e perder “só” 4: Nesse cenário, o SP precisaria praticamente repetir sua campanha de vitórias e empates, mas perder apenas um terço do que perdeu até agora.

Com 5 ou 4 vitória, o número de derrotas limitaria a apenas duas, o que seria bem complexo no momento atual do time.

São 8 jogos em casa, sendo que dois são clássicos e dois contra concorrentes diretos. Já como visitante, nenhum clássico e três confrontos diretos pela fuga. Olhando friamente, não parece nenhum milagre o que o São Paulo precisa fazer, além de tudo, conta com um apoio massivo de sua torcida neste campeonato.

O problema é que futebol não é frio, é completamente suscetível as oscilações de humor, e para o São Paulo tudo anda mais difícil atualmente. A mão do Jucilei em outrora, seria um pênalti desperdiçado ou uma mão não notada.

A solução parece simples de ser dita, mas a linha é muito tênue, os envolvidos precisam acreditar que  de ser realizada.

Só assim, o estado de alerta se mantém para a busca dos pontos restantes, caso contrário o relaxamento por achar que a qualquer momento se conseguirá os pontos, dará lugar para o relaxamento de tudo já está perdido mesmo.

P.S.: Além disso, no lado supersticioso, tenho comigo que o rapaz da foto, poderia sair do time nessa reta final, não parece carregar uma aura vencedora, apenas uma opinião sem nenhum embasamento.

 

 

O soco de Eduardo Baptista

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Em uma semana onde o soco de Felipe Mello ganhou destaque e correu o mundo, o verdadeiro soco foi proferido pelo treinador do Palmeiras.

Eduardo Baptista em um momento exaltado desferiu palavras contra a imprensa e de maneira contundente. Sinceramente, tirando a forma como ele disse, o conteuúdo é ótimo, é perfeito, faz todo sentido.

Eduardo podia escrever toda a raiva que sentiu naquele instante e repetir de maneira ordenada no dia seguinte, seria melhor ainda a resposta dele, mas o calor mostrou o que a maioria dos treinadores passam e por muitas vezes são ignorados, a pressão por resultados existente no Brasil.

Aqui, gostamos do trabalho bonito, mas qualquer derrota serve para acharmos culpado, nunca a derrota é mérito do vencedor ou uma tarde ruim, sempre alguém será culpado, algum motivo nominal será encontrado.

E foi aí que Eduardo bateu, a imprensa alimenta isso, especula-se crise no vestiário, diz que soube por alguém que tal fato aconteceu e assim vai criando uma tensão por muitas vezes desnecessária.

Não vou entrar no mérito de fonte, isso ou aquilo, se é real ou não. Me apego ao fato de ser necessário, realmente precisamos comentar que fulano brigou com ciclano no treino, que beltrano está conversando com o clube tal para sair, que alguém está cogitando sair do clube e etc. Isso não agrega nada, não muda nada no clube e as vezes ganha proporção desnecessária apenas para gerar algum tema naquele clube.

Eduardo trouxe como exemplo, como a imprensa tem sido “impaciente” com o trabalho dele, Ceni e Carille, os co-irmãos que iniciaram suas jornadas nos grandes paulistas esse ano.

Pegaram no pé de Ceni sobre o time tomar muitos gols, somou-se a isso a derrota para o Palmeiras e pronto, a pressão foi tamanha que o time começou a rever um pouco seu jogo e sofreu de novo, agora o time não cria o mesmo que antes.

Carille foi colocado como sem perfil para aguentar um Corinthians, e em silêncio vai ganhar o título paulista de maneira eficiente.

Em resumo, a imprensa pode argumentar as propostas de jogo, como foi o comportamento durante o jogo, as variações táticas e atuações individuais, mas não pode esquecer daquilo que fora do pós jogo eles sempre repetem, é preciso tempo para que o treinador mostre seu valor.

Como bem disse Arnaldo Ribeiro (ESPN), o trabalho de um treinador deve ser analisado durante um ano, exceção feita quando o trabalho for catastrófico que ameaça o time de rebaixamento.