Sei que ando escrevendo pouco no blog esse ano, acho que a qualidade do Brasileirão esse ano tem me decepcionado muito.
E a culpa não é dos treinadores, tampouco dos jogadores, a culpa é do nosso sistema. Vivemos de imediatismo no Brasil, temos que nos preocupar com o resultado de amanhã ao invés do trabalho de amanhã, e isso passa pelo mundo corporativo e nas nossas relações.
No trabalho, está mais preocupado em entregar no prazo do que fazer certo, não que os dois não sejam importantes a ordem é que é perigosa, em casa lavamos a louça rápida sem necessariamente lavar ela de fato. E isso reflete no futebol, um espelho do que nos cerca.
O treinador está mais preocupado em errar pouco do que arriscar muito, veja a frase de um dos principais jogadores do virtual campeão de 2017: “Vai vencer essa partida quem errar menos.” (Rodriguinho, meia do Corinthians no duelo contra o Grêmio ontem).
A frase indica o nosso pensamento atual, os times estão indo bem porque erram pouco e não porque arriscam muito, porque criam mais.
Sem desmerecer o Corinthians, que será campeão porque fez mais pontos, isso por si só já é de um mérito sem tamanho. A questão é que essa pontuação foi conquistada a base de errar menos que o adversário ou viver do erro alheio.
E antes que muitos venham dizer que estou diminuindo a conquista do Corinthians, reforço, todos os clubes brasileiros vivem disso hoje, todo jogam para errar pouco ou o mínimo possível, o Corinthians é o que melhor faz isso, por isso será o campeão.
Mas não podemos nos contentar com isso, esse campeonato é para mim o mais fraco tecnicamente falando, o mais pobre do ponto de vista tático e técnico, só o
Corinthians mostra um belo padrão de organização, Grêmio, Cruzeiro e o Botafogo mostram algumas boas partidas, além dos dois baianos que apesar da fraca qualidade do elenco, são times com bons padrões táticos.
Fora isso, uma preguiça e uma desorganização latente em vários times, é difícil acompanhar uma sequência de bons jogos.
Não é à toa, quando pensamos no campeonato de 2017, lembramos o quanto ninguém faz frente ao Corinthians que caiu de produção e no returno, mas principalmente pela intensa disputa no rebaixamento.
Virou o Brasileirão do rebaixamento, porque é lá onde os mais fracos jogam que a disputa está intensa, porque tem muita gente apresentando pouco futebol.