Tive que esperar mais ou menos dez horas para escrever sobre o assunto.
O que aconteceu com a Chape é muito maior, mexe com nosso jeito de encarar a vida e mexe com a capacidade que o esporte tem de envolver as pessoas.
Confesso que sempre me considerei um apaixonado por futebol, quem me conhece sabe que amo mais o esporte do que o meu clube, e hoje tive a certeza de quanto eu realmente vivo a emoção do futebol.
O que aconteceu hoje está entre as maiores tristezas que senti na minha vida, é sério eu nunca achei que isso iria me abater tanto por algo “teoricamente” distante de mim, que mexeria com tudo que penso, repensando tudo.
A Chape vem mostrando uma história maravilhosa no cenário atual do futebol, vem sobrevivendo na Série A de forma brava, mostrou uma cidade que respira futebol e vem caindo no gosto dos brasileiros, mesmo que vira e mexe apronte contra o próprio time que a pessoa torce e porque isso?
Porque a Chape, assim como o seu verde, representa aquela esperança, aquela fé às vezes no improvável que move muitos de nós, que tentam não abaixar a cabeça diante do golpe sempre pronto a acertá-lo.
Estamos em tempos de intolerância a tudo, onde alguém sempre precisa escolher um lado e sempre será julgado como um lado bom ou errado, vivemos um ano muito pesado, com inúmeras perdas, com uma descrença na humanidade. E aí, de repente, como se alguém quisesse em meio a tanto caos construir um último ato, ele vem de forma tenebrosa, em um ato tão mais trágico para quem sabe, assim, iniciar uma mudança profunda.
A mobilização que está sendo gerada no dia de hoje, mostra que o caminho da união é sempre o melhor, que o pensamento deve ser olhando o outro, conhece a palavra empatia? Então, talvez, você enfim esteja praticando ela, e talvez ela seja a lição mais importante para sobrevivermos nesse mundo.
Lembra aquele pensamento de um cara sensacional do passado, ame o próximo como a ti mesmo. Então, talvez agora, faça sentido.
E o pior (ou melhor), nascemos com ele, praticamos empatia e a essência dessa frase desde criança, nessa idade não julgamos, não criamos filtros, respeitamos e brincamos com todos, seja o gordinho, o magrinho, o branquinho, o pretinho, o menininho ou a menininha.
A comoção é enorme porque a história da Chape poderia ser qualquer um de nós.
E por isso, nos envolve tanto, somos Chape durante toda nossa vida.
#ForcaChape