E o Estados Unidos pode ser muito marketing, porque ainda carrega muito preconceito em todo o seu estado, mas pelo menos, as grandes marcas não se escondem de tentar mudar essa história.
Em menos de uma semana, duas histórias distintas mostram duas grandes marcas na luta pela causa LGBT. Primeiro, após o terrível atentado em Orlando o time de Kaká que fica na mesma cidade fez uma ação de incentivo para a causa durante o jogo, além de comunicação visual fixa durante o jogo e uma verba destinada para ajudar na causa.
Além disso, pela segunda vez na história a NBA pode ter seu segundo jogador assumidamente homossexual, durante o DRAFT, o menino Derrick Gordon pode ser escolhido, ele que assumiu quando atuava pelas ligas universitárias sua orientação sexual.
Aí, entrei em uma discussão breve com um grande amigo e assíduo leitor do blog, André Russo, sobre o quão distante estamos de fazer ações como essa no futebol. E cheguei a conclusão que não apenas aqui em terras tupiniquins, mas em todos os grandes centros de futebol, é difícil imaginar tais acontecimentos.
Certa vez, vi uma campanha da liga belga (se eu não me engano) sobre o apoio ao jogador “sair do armário”.
Porém, acho que o machismo e o preconceito velado (que é o pior para mim) tornar muito difícil um grande clube fazer qualquer ação de apoio a comunidade LGBT, quiça receber um atleta assumidamente homossexual em seu elenco.
Lembro quando certa vez foi anunciado na Globo que algum jogador de futebol iria assumir sua homossexualidade e gerou aquele burburinho, porém na hora mesmo do programa, a assessoria de imprensa do jogador voltou atrás e cancelou a entrevista, orientada (diga-se pressionada) pela diretoria do clube.
Por isso acho que a ação americana, principalmente dentro do Orlando City foi possível, além de uma cidade que vê seu time apenas engatinhando sua história, é um país onde o futebol não é uma referência de esporte masculino para eles.
Não estou diminuindo a ação americana, pelo contrário, acho incrível que souberam aproveitar o momento e o posicionamento que o futebol possui na sociedade deles para promover a ação, assim como no caso do atleta da NBA é de uma coragem ímpar.
Contudo, acho que por aqui ou nos grandes clubes europeus, esse preconceito segue da pior forma, o velado, onde todo mundo adota a postura social de negar qualquer tipo de preconceito, mas se omite em qualquer situação que exija um posicionamento.
O problema é porque o armário deve ser antigo, aí é bem mais pesado (madeira maciça) para carregar e deixar a porta livre para ser aberta.
Esse assunto preconceito é mais uma das ignorâncias do ser humano e as pessoas cuidam mais da vida alheia do que das próprias, como se diminuindo quem está próximo fizesse você melhor. Esse tema é complicado de ser debatido e tudo que foi citado mostra o motivo de ninguém se vincular ao tema. Infelizmente, enquanto isso não for algo que se reverta financeiramente, nada vai mudar.
Acredito que o principal é RESPEITO. E isso passa por quem tem escolhas “diferentes”, também saber se portar e não querer agredir o mundo porque se sente agredido por ignorantes. Temos que lembrar que tudo tem os dois lados.
E com relação a assumir, não vejo isso como algo que deva acontecer, eu não fico falando que sou hetero, cada um que tenha sua verdade e seja assumido nas suas verdades, no seu dia a dia.
Muito bom!
Concordo, entendo que o futebol tem e terá durante um bom tempo esse tipo de problema. Falamos de um esporte que 2 anos atrás assistiu casos de racismo emblemáticos fora do país com Neymar e D Alve, e dentro do Brasil com Aranha.
No primeiro foi feita uma ação ridícula, bossal e vergonhosa, dizendo que todos éramos macacos. E com Aranha até Pelé veio dizer que ele não deveria fazer BO (mais um absurdo).
Agora com o homossexualismo a coisa é pior ainda. Todos os times criaram essa história de gritar Bicha quando um goleiro chuta a bola, os rivais chamam a torcida do são paulo de Bambi, dizendo que ser gay é ruim e vou te zuar por isso, a torcida tricolor retruta e chama de gayvotas, ou entra num outro tipo de preconceito e chama de favelados.
Conhecemos diversas histórias não confirmadas de jogadores homossexuais que nunca se assuiram, e assim continuamos enterrados no nosso preconceito de que futebol é coisa de macho, mulher não vai em estádio acompanha o namorado, que a juíza quando apita primeiro é bonita (ou gostosa) depois é elogiada pelo bom trabalho, como já vi e ouvi em diversas transmissões.
Igualdade de gênero, sexual, política, econômica nunca será fácil na vida Real, mas o futebol podia dar uma mãozinha e o Orlando City fez a ação mais bacana que eu vi até hoje.
Parabéns que possamos aprender isso com eles!