Qual o melhor momento para lançar um menino?
Ontem foi feriado no Rio de Janeiro e portanto, depois de algum tempo, consegui acompanhar algum programa esportivo na hora do almoço, vi o Bate Bola da Espn e em determinado quadro, a pergunta do começo do post foi debatida entre Zé Elias, Alexandre Oliveira e Jorge Nicola.
Tudo isso, por causa da transferência entre Cruzeiro e Corinthians envolvendo Marciel e Willians. O Corinthians mandou provavelmente sua melhor promessa dos últimos dois anos com uma claúsula de compra, podendo perder a promessa para um rival nacional.
Do ponto de vista tático, entendo a escolha de Tite, sua necessidade é de um primeiro volante que proteja a defesa tão bem quanto Ralf fazia e Willians tem muito mais capacidade de fazer isso, do qualquer outra peça do time.
Porém o discurso utilizado é que não foi sustentado, quando Edu Gaspar diz que não irão repor outro Gil, porque o que eles querem é preparar alguém para ser um novo Gil, mostra que o apoio a base e a utilização dela para montar o elenco nessa renovação forçada pela China será feito.
Contudo, ao fazer essa troca, mostra que é o uso será apenas um tampão, caso não achem alguém no mercado.
E aí, fiquei com a dúvida, mais do que discutir a troca em si, mas, qual o melhor momento para lançar um jovem?
Com o time redondinho, a chance dele ser lançado é menor, porque pode colocar em risco a chance de sucesso daquele time, enquanto o garoto vai ganhando corpo.
Com o time escangalhado, a chance da torcida pegar no pé é gigante, pode ser queimado e tudo mais.
Ou seja, desculpa sempre terá, e quando eu vejo os times do Santos de 2002 para cá, tenho certeza de que é muito mais uma questão de filosofia e vontade do treinador do que qualquer discurso pronto.
O moleque deve ser lançado e preparado aos poucos sim, e em qualquer situação.
O não lançamento dos garotos só mostra uma certeza o quão distantes todos os clubes estão entre o trabalho do profissional com o da base. Se desde os 11 anos, o menino é preparado para o que vai enfrentar no profissional, mais fácil é sua adaptação, mais natural.
Agora, quando vemos que ninguém se importa com isso, que tanto faz o esquema da base, pouco importa se é completamente antagônico ao que o time principal propõe, é lógico que todo treinador, até Tite, terá preguiça de trabalhar com os garotos.
Já que de dentro não vem pronto, traz de fora, o pronto.