E Rafinha pediu dispensa da seleção brasileira.
E não foi por causa de um pedido do clube, uma festa imperdível, por não gostar do Dunga ou qualquer outra coisa mirabolante que alguns já usaram para pedir a dispensa.
Rafinha disse que prefere buscar uma chance na seleção alemã. Segundo ele, as chances dele na seleção brasileira são pequenas, ele só teria chance em eventuais contusões dos principais laterais direitos, enquanto na Alemanha, pelo seu histórico no Bayern e sua proximidade e convivência com Lahm, sua chance de fazer parte do grupo é muito maior.
Do ponto de vista racional, a escolha de Rafinha é perfeita. Como um profissional de RH, digo que ele olhou perfeitamente todas as variáveis para escolher a melhor opção de carreira para ele.
É fato que sua chance de jogar uma Copa pela seleção alemã atuando no Bayern é maior do que atuar no Brasil, o problema todo é, desde quando atuar por uma seleção nacional se tornou algo tão frio assim? O pensamento de Rafinha foi metódico, foi racional, mas completamente longe da expectativa que se tem por quem vai vestir a amarelinha ou por representar qualquer outro país.
É diferente dos casos dos brasileiros Cacau e Kuranyi, ambos construíram uma história dentro da Alemanha e optaram pelo coração, pela identificação.
Acho natural a globalização trazer casos como o de Januzaj por exemplo, a promessa do Manchester que tem a possibilidade de atuar por várias seleções diferentes devido a sua história. É um caso atípico hoje em dia, mas com grande chance de ser mais recorrente daqui para frente.
Mas nesses casos, inclusive a formação do atleta e a escolha são levado pelo lado sentimental, basicamente a escolha do jogador é, qual país eu quero defender?
Rafinha pode ter se expressado mal, mas sua escolha adota critérios técnicos, sem coração, sem sentimento, apenas porque lá ele vai poder jogar.