Não sou rico, tampouco sou de família abastada, convivi com poucas pessoas ricas de verdade. Mas minha área de atuação (Recursos Humanos) e minhas experiências profissionais (trabalhar em empresa familiar grande) me fizeram perceber o que chamo de complexo de filho rico.
Principalmente, o complexo de filho de rico emergente.
Sabe aquele cara que não tinha nada, batalhou muito e de repente montou um império que nem ele imaginava? Era alguém de classe média ou até mesmo pobre e com muito suor construiu toda sua estrutura e de repente se viu no momento de passar o bastão.
Porém, ele lembrou que quando seus filhos nasceram o que ele mais queria era que seus filhos não sofressem como ele, daria tudo do bom e do melhor para que a vida deles fosse mais fácil do que a sua. E ele conseguiu! O problema, seus filhos não perceberam o quão sacrificante foi construir tudo isso. Não dão valor a toda a história que o pai criou.
O atual time do Sâo Paulo sofre desse mal.
Todo o suor que o time teve ao longo da sua história para se tornar o clube referência no começo do segundo milênio, com inúmeras conquistas e com a alcunha de o time a ser batido, ficou pelo caminho.
Hoje os jogadores não percebem o esforço que foi, sentam na alcunha da grandeza do São Paulo e são displicentes em alguns jogos, algumas vezes, por estão om birra, respondem em campo e ganham, aí criam a esperança que o time vai embalar, mas não embala, a empáfia e a vontade de apenas curtir a vida é maior e o clube tropeça constantemente.
E isso é o clube como um todo. Todos são filhos da geração que construiu um São Paulo forte. Para eles, tudo é derrota, ou vitória. Quando logo cedo, se aprende que tanto na vida como no futebol, existem vitórias e vitórias, assim como derrotas e derrotas.
Tem derrotas e tem vexames, eles podem acontecer na vida de qualquer um, mas a reação em relação a elas, é diferente. O São Paulo reage a uma derrota igual a um vexame, porque para todos é fácil olhar que foi apenas uma derrota.
O São Paulo nem está mal no campeonato, apesar de tudo, está em 4º, dentro do G4 e classificado para a Libertadores por enquanto. Assim como o filho rico, às vezes, mesmo fazendo besteira você continua rico, mesmo sem valorizar o que seu pai fez, você troca de Lamborghini todo ano.
O São Paulo por enquanto segue ainda na parte de cima, porém é necessário olhar mais a fundo essa crise de identidade dentro do clube, ou daqui a pouco, ao invés de filho de rico, o problema será ser um rico decadente.