Em Janeiro, o Corinthians era o melhor time do Brasil, isso que o Cruzeiro tinha terminado como o melhor do ano.
Em Fevereiro ainda era o Corinthians, mas o Cruzeiro já despontava. De repente, o melhor time do Brasil era o Inter e amanhã ninguém sabe mais.
Sim, o futebol é dinâmico mesmo. Muda em um pênalti perdido, em um lance incomum ou em uma defesa a queima roupa. O “Se” adora sondar as partidas. Sondar o futebol. Sondar a nossa vida.
Não a nada demais em especular, pensar o que seria diferente, ou expressar o que sente naquele momento. Eu mesmo chamei o Corinthians de 4G no início do ano e de repente ta aí, parecendo uma Internet discada que nunca carrega a página até o final.
A questão toda é a consequência desse imediatismo. A dificuldade em racionalizar a emoção do futebol.
Ontem Marcelo Oliveira saiu do Cruzeiro, após ser bicampeão, ter o elenco todo reformulado, onde sua espinha dorsal (Lucas Silva, Everton, Goulart e Moreno) foram levados de imediato. Sério que agora o trabalho dele é questionável, que ele perdeu a mão, será mesmo?
Será mesmo que em 11 jogos de Drubscky, o Fluminense já percebeu que ele não daria certo?
Será mesmo que Osório terá tempo para implantar sua filosofia, ou daqui a pouco será chamado de Professor Pardal?
Só para encerrar essas dúvidas, será mesmo que aquele menino que a cinco anos brilha na base em dois meses virou uma porcaria?
O mais engraçado disso tudo é que caímos nessa especulação futebolística, tão temerária quanto a imobiliária ou do mercado de ações.
Parece que precisamos do factóide, não sabemos conviver com a tranquilidade do mar sereno. Incomoda, parece a velha dificuldade do ser humano em ser feliz, tornamos intocável a felicidade.
E assim seguimos criando alguma dificuldade para engrandecer nossas conquistas, como se a conquista sozinha já não é grande o suficiente.
E assim nos permitimos trocar de treinador, queimar algum atleta ou qualquer outra estrupulia apenas para garantir a emoção.
Adoramos colocar uma corda bamba na nossa frente.