Ontem assisti ao programa Bola da Vez na ESPN com Muricy Ramalho.
Entre um comentário e outro, sua admiração por Guardiola, sua necessidade de assistir uma quantidade infinita de jogos, como foi sua recusa a seleção brasileira, Lucas Lima ser o melhor 10 da atualidade e várias outras ótimas histórias fiquei matutando sobre o tal 7×1.
Muricy foi questionado sobre o tal e respondeu de maneira sincera e simples o que me incomodou bastante.
Muricy em linhas gerais disse que reclamamos, acusamos e culpamos. Que nada foi feito, sobrou para imprensa, jogadores, dirigentes, todos que cercam o futebol, até para os próprios treinadores.
Para Muricy a primeira coisa a ser feita era um grande fórum sem hora para acabar com toda essa cadeia de pessoas citada acima afim de determinar quais os próximos passos. O que aprendemos com o 7×1, o que podemos corrigir, o que podemos começar a fazer e o que não serve mais para nós.
A sensação que Muricy passou foi que uma certa prepotência corre em nossas veias quando o assunto é futebol. Nos achamos dono da verdade, só nós temos razão e tudo não passa de um mero apagão.
Consequentemente toda as pessoas envolvidas nas decisões do nosso esporte preferido são acometidas desse mal.
Nosso complexo de vira-lata virou complexo de rico decadente, aquele que come frango para arrotar avestruz ou come patinho para arrotar filé mignon.
Somos a velha aristocracia do futebol almoçando a luz de velas porque já não paga a luz faz tempo.
Talvez o 7×1 tenha sido a grande peneira da história.
O time jogando mal, sem ligação entre defesa e ataque durante 6 jogos, dependendo da estrela de um garoto de 21 anos, com jogadores tecnicamente duvidosos, um estilo de treinamento e de jogo totalmente ultrapassado, mostrava que o problema era sério, daí veio o “71”, pronto ninguém mais falou do vexame que foi a copa apenas do jogo contra a Alemanha, que ganhou e pronto.
Quem já jogou futebol sabe a ducha de água fria que é estar jogando na raça, segurando as pontas contra um time mais equilibrado, ralando sem 2 peças importantes no time e vendo até uma possibilidade de vitória (porque ela existia, a amarelinha é muito pesada); e então, tomar um gol idiota, daí na sequência outro num vacilo pior ainda e ver que a chance de derrota era 99,9999%. Isso é normal, abriu o bico e foi tomando um atrás do outro.
Ficamos nisso 71 pra 71 pra lá….
E o resto? Nada.
Na minha opinião só havia duas opções:
1. Fecha o país, as joias ficam, repatriar os brasileiros bons de fora, o campeonato se fortalece e reestrutura, a seleção só joga em casa e busca ganhar respeito com o torcedor, formar um time e fortalecer seleção principal e base. Colocar os técnicos pra estudarem e se atualizarem.
ou
2. Trazer o mundo pro Brasil.
Trazer bons técnicos pra treinar os times aqui, levar o técnicos daqui pra fazer intercâmbio fora, acabar com os estaduais e colocar os times brasileiros pra fazer pré-temporada com os estrangeiros ganhando com isso inter-relação de cultura e modernização do futebol.
Foi feito algo disso? não!!!!!
O que foi feito? Trazer o dunga, usar os mesmos jogadores, manter a preparação do jeito que era feita na década de 90 e pronto.
Técnico estrangeiro não fala português, oras bolas!
E assim vamos caminhando rumo a década de 70-80-90 onde vimos nossa seleção (cheia de craques) ser alcançada em títulos pelos cinturas duras do futebol.