Esses dias estava lendo no Blog do Birner uma matéria sobre uma declaração de Di Maria onde o meia argentino comentava que iria jogar no seu time do coração o Rosario Central. Birner aproveitou para explorar o universo de jogadores argentinos que atuavam por outras equipes dentro da própria Argentina, mas assumiam publicamente seus times.
Porque isso no Brasil é tão distante?
Para começar, eu acho que o mais curioso além da distância para isso ocorrer no Brasil, é a particularidade dessa situação na Argentina, talvez a Inglaterra tenha casos similares, além dos casos pontuais pelo mundo afora.
Mas concentrando na análise do Brasil, quero fazer alguns comentários sobre quais os motivos que acredito abafarem a possibilidade dos jogadores assumirem seus clubes do coração.
Primeiro a formação, e nela incluo a mistura de baixa escolaridade com ficar “na mão de empresário”. Esse combo é para mim o pior dos motivos. Pois, um jogador já desde cedo (10/11 anos) tem a presença de algum ser entitulado empresário ao lado dele.
E desde cedo, esse cara deixa muito claro a mercadoria que tal jogador é para ele. E nesse tacanho pensamento somado a baixa escolaridade do menino que não consegue também analisar de maneira mais clara as melhores opções para ele, uma espécie de lavagem cerebral é feita.
E o jogador entende que assumir algum clube pode limitar o seu mercado de atuação. Logo, esse primeiro passo, afasta e muito a possibilidade do cara assumir o clube sem medo algum.
A característica do jogador brasileiro é outro fator que acaba sendo critério complicado para que ele assuma seu time. O argentino é aguerrido por natureza, mesmo jogando por um clube rival ao seu clube de coração, ele irá morrer em campo todo jogo.
O brasileiro não tem essa característica, acredita que o talento é muito mais importante para vencer uma partida (nem digo que está errado, são apenas estilos de jogos diferentes). Logo é mais fácil para uma torcida aceitar alguém que está o tempo todo se matando em campo, do que o contrário.
Além disso, acho que mídia, os próprios torcedores, e todos os demais envolvidos parecem ainda não estarem prontos para isso.
Pensar em um jogador repetir o que Juninho Pernambucano fez com o Vasco, voltar para ganhar um salário irrisório, apenas para ajudar o clube que ama, depois de ter feito sua carreira vencedora, ainda parece contos antigos de futebol.
Quem sabe, aos poucos, mais brasileiros voltem apenas pelo amor do time que torce..