A nossa vergonha…

“A CBF é uma vergonha, VER-GO-NHA!”

Quem escutou essa frase ontem?

Em uma rodada, onde Cruzeiro mostrou que para perder o título, o São Paulo terá que ser São Paulo sempre e que o Cruzeiro terá que enfrentar “outros São Paulos” no campeonato, onde o simpático camaronês que interrompeu a sequência do tricolor paulista deu um verdadeiro mergulho na comemoração, Sheik soltou o verbo após a sua expulsão.

Não vi o jogo, não sei o porque que ele foi expulso, mas resolvi olhar a reclamação pela perspectiva coletiva. Até porque, olhar apenas pela ótica de Sheik não vale muito, jogador polêmico e que constantemente está entre declarações, mordidas, selinhos e sua macaca.

Já faz tempo que uma insatisfação ronda o futebol e recai sobre os ombros da CBF.

É naturalmente compreensível, já que ela é a única responsável pelo rumo do futebol no nosso país. Mas ela é a única culpada?

Muitos dirão que estou sendo incoerente porque considero ela a única responsável, mas questiono sua culpa. Isso se dá, porque acredito que essa responsabilidade exclusiva é que atrapalha. Por isso, que as mazelas recaem apenas no ombro de Ze Medalha e cia.

Eu acredito em duas mudanças.

1) Criação de uma liga independente dos clubes. Pode chamar de Clube dos 13, Bom Senso FC, Pró Futebol, Bolsa Golaço, Liga Independente ou qualquer outro nome bonitinho, o importante é a existência de um órgão que defenda os direitos dos clubes. Nem vou sonhar tão alto a respeito da famosas cotas de TV, penso na parte prática do dia a dia.

Em um órgão onde seja defendido os direitos dos clubes de forma geral, hoje os clubes estão enfraquecidos, precisam defender apenas algo que acontece em seu mundinho, de forma isolada, como o Botafogo pode defender seu jogador nesse caso? Ou como os clubes podem criticar os critérios da arbitragem, se sempre é fulano defendendo um lance específico contra o seu time. Iremos chamar de mimimi, alegaremos o velho chavão “Quero ver reclamar quando for a favor.”.

É lógico que nenhum clube irá defender algo que o prejudique individualmente, agora um órgão pode reunir vários indícios para cobrar uma melhor padronização da arbitragem.

2) Intervenção do Ministério Público. Acredito que o nosso futebol, que é clamado inclusive por quem comanda a CBF como patrimônio cultural do país, um dos nossos tesouros nacionais, deveria ser tratado de forma parecida como a Petrobrás por exemplo. Ou seja, uma entidade privada, mas que seu comandante é indicado pelo governo, afim de defender esse tesouro nacional dentro daquilo que o governo espera. Além disso, determinar que a CBF cuide apenas da seleção brasileira, o que já é vantajo$$O o suficiente.

O maior ganho disso seria a escolha de alguém pelo governo para o comando disso. Essa decisão poderia ser colegiada entre a própria CBF, ministérios do Esporte, a tal liga citada acima e o Bom Senso FC (que espero a continuidade, como órgão de defesa dos atletas). Hoje o que acontece é que se trata de uma entidade privada que ainda não apresenta valores, lucra muito, muito com seleção e nossos campeonatos e não investe em nenhuma melhoria do esporte para o país.

Acredito que CBF, Min. do Esporte, a tal Liga e Bom Senso FC, esse sim poderia ser o ilustríssimo quarteto máigco do nosso futebol. Enfim, Sheik soltou o verbo e disse o que muitos acreditam. Mexeu em uma ferida que não é culpa exclusiva da CBF, mas que hoje é apenas responsabilidade dela.