E Douglas foi embora do São Paulo, mais do que isso foi para o Barcelona. E agora?
Esse e agora tem muito mais na cabeça do torcedor brasileiro do que do torcedor espanhol.
Douglas chega como uma aposta, tem apenas 24 anos e possui características similares a de Daniel Alves, como terá seis meses para aprimorar conceitos táticos e depois assumir a condição de sombra de Montoya, Douglas pode e deve dar muito certo no time da Catalunha.
Com tudo, abre uma lacuna no São Paulo. E não estou falando da lacuna da lateral direita, ou que Douglas era fundamental para o time. Douglas era a válvula de escape do torcedor são paulino.
É engraçado como isso acontece no futebol e na nossa vida. O brasileiro tem como cultura personificar a culpa, ela precisa ser de alguém. No trabalho é do nosso chefe, ou do cara que trabalha na mesa do lado. Na vida, é do político, do vizinho ou do cunhado. E no futebol, invariavelmente, escolhemos alguém para culpar quando ocorrem os fracassos.
Você nunca ouvirá da arquibancada gritos como: “Entrosamento cadê você, eu vim aqui só pra te ver!!” ou Bola parada presta atenção, essa camisa tem muita tradição”, e outros do gênero. No máximo em um dia ruim, pedimos mais garra do time, e só. No fim, elegeremos um vilão, aprendemos que em tudo ele precisa existir.
E no futebol, escolhemos técnico, árbitro, centroavante caneludo, meia dorminhoco ou aquele que não reclama de ser vaiado, não bate o pezinho e continua trabalhando.
E tem sido assim com Douglas nos últimos 2 anos e meio de São Paulo. A torcida o elegeu, sem perceber que vários treinadores passaram nesse período e ele nunca foi questionado, eu mesmo o critiquei várias e várias vezes.
Douglas vai, espero que faça boa carreira no Barcelona e se quiser um dia, as portas estarão abertas no Morumbi até lá, vamos escolher um novo vilão. Um novo culpado por todos os erros no jogo, sempre terá um.
Quem é malvado favorito do seu clube?