Pensei em escrever umas linhas para parabenizar o centenário alviverde. Mas, nada melhor do que um autêntico palmeirense para explicar isso. Meu amigo Roberto Fradusco, explica aê!
Por Roberto Fradusco.
“Explicar a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense… É simplesmente impossível!”
A frase do genial Joelmir Betting resume o sentimento do torcedor do Palmeiras. Indescritível o orgulho de fazer parte da família palestrina, que canta e vibra – e chora – pelo nosso alviverde inteiro.
Chora de alegria, chora de tristeza, chora porque é passional. Ser palmeirense é mais que sentir, é assumir uma identidade: somos herdeiros daqueles primeiros italianos, que há um século fundaram o Palestra Itália. E como tais, somos barulhentos, adoramos comer, amamos a família e nos reunirmos para torcer pelo “Parmera”.
E, porca miséria, xingamos quando o maledeto atacante perde um gol, urramos quando Edmundo entorta mais um e derramamos o copo de vinho quando São Marcos pega o penalti de Marcelinho.
E entre uma sardella e outra, lamentamos mais uma contusão de Valdivia, rezamos para que nostra Santa Achirupita nos mande um novo Ademir da Guia e quase engasgamos com o “prosciutto” quando sentimos saudades do Tonhão.
E vamos em frente, que a macarronada está na mesa. É hora de brindar o grande Leivinha, de pedir por mais uma garfada de Parmalat, de sorrir com o chapéu de Djalminha.
E em meio ao barulho que é o almoço de domingo desta família italiana, ouço gritos por Rivaldo, Dudu, Julinho Botelho e até Galeano, aquele ragazzo caneludo, que se jogasse hoje era ídolo neste time de estrangeiros.
Mas eis que ao tirar as “bringela” do forno a nona deixa a travessa cair. Me lembrou os senhores Mustafá e Tirone, que também derrubaram “tutti”.
Enquanto isso o nono fala sozinho no terraço. Coitado, já ficou “pazzo”, como “il signore” Palaia, que se auto entrevistava.
Mas vamos lá que é hora da sobremesa. E que delícia é o tiramisù da tia Genoveva, quase tão gostoso quanto as comemorações do Paulo Nunes.
E um golinho de vinho licoroso para arrematar com classe, como fazia Evair.
E vamos ligar a TV que já são horas e hoje a Globo vai passar o Verdão. Mama mia! E vamos torcer e rir e chorar, e rezar para que essa família palestrina continue barulhenta a cada almoço e vibrando a cada gol.
Enquanto isso a mama já estica a massa, que hoje o dia termina em pizza para comemorar o centenário de nostro Parmera!
Grazzi, Palmeiras, pelas emoções nestes 100 anos!
Avanti para mais cem!