Existe um velho ditado que sempre escutei nos lugares onde trabalhei que dizia: “tire o mico das suas costas”.
O ditado simplesmente dizia que em alguns momentos, não vale a pena o sacrifício ou a boa intenção de ajudar os outros, que você deve simplesmente cumprir com o que lhe foi pedido e tirar essa “pendências” do seus “to do” do dia a dia do trabalho.
E foi exatamente isso que Fabio Koff fez.
Não critico que ainda queira tentar Felipão, acho que as pessoas merecem chances. Eu não escolheria o treinador. Seu último bom trabalho foi com a seleção de Portugal na Eurocopa de 2004. De lá para cá, uma coleção de fracassos.
Mas, o que mais me incomodou na decisão de Koff foi a vontade de simplesmente se livrar do “to do” escolher um treinador.
Penso que como diretor de um clube, preciso entender o que pretendo com o clube, qual a filosofia, proposta que quero dar ao meu time e a partir daí decidir a metodologia que aplicarei. Nesse conjunto de decisões, a escolha do perfil do treinador deve existir. Não precisa ter um único exemplo, mas as características fundamentais que o treinador precisa ter, para que seja condizente com a proposta e filosofia que decide implementar.
Quanto vejo Enderson Moreira saindo e entrando Luiz Felipe Scolari, pergunto, qual a semelhança entre um e outro? Nenhuma. São filosofias completamente distintas. Um prega a marcação, bola longa e o time motivado. O outro prega dinâmica, vigor físico e bola curta.
Koff simplesmente escolher Felipão não consegue perceber que o elenco foi montado para o que Enderson pensava, o time foi treinado para isso e agora Felipão chega tendo que com as peças pensada pelo outro montar o time com a sua cara. Ou seja, a chance de sucesso, é pequena.
Koff, não buscou um substituto para Enderson, ele simplesmente tirou o mico das costas dele. Agora, está com Felipão e daqui a pouco com a torcida.