Hoje não chega a ser um post de futebol…

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Ontem passei o dia saudosista, meu primeiro grande amor completaria 18 anos.

Baggio, um cocker spaniel que chegava em casa em meados de junho de 1996 envolto no casaco da dona do canil e nos deixava em silêncio absoluto em Agosto de 2011.

Como vocês viram, seu nome era uma homenagem ao lance que culminou com os famosos gritos de “É Tetra! É Tetra! Acabou! Acabou!” de nosso querido Galvão Bueno. O pênalti desperdiçado por Roberto Baggio (craque italiano) na final da Copa do Mundo em 1994 foi representado em nossa família por aquela pequena bola de pelo.

Até porque, em casa, futebol é a religião mais séria que seguimos.

Cada um com suas crenças diferentes, times diferentes, uns que seguem alguns santos, outros que não seguem santo algum, mas somos todos vidrados por futebol.

Baggio (daqui pra frente Baggio é o cachorro, Roberto Baggio é o jogador), especialmente para mim, dividiu cenas marcantes no futebol.

A primeira delas foi ver aquele que se tornaria meu maior ídolo correr em direção à área adversária para cobrar uma falta em 1997 e, ainda por cima, marcar o gol. Era Ceni, contra o União São João, marcando seu primeiro gol… Lembro da minha cara de incrédulo segurando um osso de borracha enquanto Baggio, com apenas 9 meses, se contorcia tentando arrancar o brinquedo da minha mão.

Nunca comemorei Paulista, nunca dei importância… No máximo passava o dia seguinte sacaneando o derrotado. Assim, meu primeiro título com Baggio em casa foi o Rio-São Paulo de 2001.

Estava no estádio naquele dia, na arquibancada térrea amarela do Morumbi. Para se ter uma ideia, o lugar era atrás de um dos gols, logo ruim demais para ver o jogo. Fui sozinho, decidi em cima da hora, peguei o ônibus e parti para o Morumbi.

Tive a sorte de ver Cacá estrear – o atual Kaká naquele jogo usou uma camisa com seu nome escrito com C – e marcar os gols da virada do São Paulo sobre o Botafogo e vencer o título. Lembro de ter comemorado um pouco na arquibancada, mas apenas com estranhos. Fui para casa e como no nosso Brasilzão uma partida de meio de semana acaba apenas as 23h59, cheguei em casa por volta de 1h30 da manhã. Baggio estava lá de rabo abanando me esperando para comemorar o título comigo. Sim, podem duvidar, mas naquele dia ele me esperava para isso. Lembro que ainda brincamos de bola, enquanto assistia na TV a reprise dos gols.

Na alegria, Baggio ainda dividiu comigo os títulos de Libertadores, Mundial e 3 Brasileiros, e como minhas maiores decepções viu as eliminações para o Cruzeiro na Copa do Brasil de 2000 e Once Caldas em 2004 .

Além disso, viu o Brasil ganhar mais uma Copa em 2002.

Hoje não chega a ser um post de futebol, apesar de tantos fatos futebolísticos dentro dele.

Hoje é apenas um post saudoso sobre lealdade, amizade e companheirismo, valores que foram diminuindo no futebol, desde a saída silenciosa de Baggio da minha vida.