Quando a forma atrapalha!!

Me pego muitas vezes no meu dia a dia questionando e orientando as pessoas na forma como elas conduzem as situações.
E no futebol não podia ser diferente.

Thiago Neves e Montillo são os típicos casos de negociação que deixaram rusgas, independente do resultado final.

No caso de Thiago, a rusga foi criada. Flamengo e Fluminense já declaram guerra um ao outro, por causa de um jogador sem profissionalismo que pula de um rival para o outro e ainda desdenha da antiga casa.

Faltou comunicação entre as presidências, se Patricia Amorim e Peter Siemsen tivessem tido uma conversa franca desde o início nada disso teria acontecido. Era genuíno o interesse dos dois clubes em contar com o serviço do jogador. Para o Flamengo faltava dinheiro e sobrava empenho, para o Fluminense ao contrário.

Nesse meio de campo, jogador e empresário foram conduzindo a situação de maneira imprópria, manipulando os dois clubes, afim de um bem único, manter o jogador no Brasil a qualquer custo.

No final, dois co-irmãos brigados por um jogador que provavelmente no ano que vem estará fazendo piada do Fluminense em algum time pequeno da Espanha.

Já no caso de Montillo, a ética foi preservada por todos, assim como a teimosia.

Teimosia principalmente concentrada na cabeça de um homem, Gilvan Pinho, presidente do Cruzeiro. A proposta atual para o Cruzeiro é surreal. Vejam só:

Para o Cruzeiro, o time perderá um grande jogador, mas ganhará três bons reforços e ainda muito dinheiro em caixa que permite ao clube buscar um substituto na América do Sul.

Para o Montillo, fica a sensação de que ele acertou as dezenas da Mega-Sena, será um dos jogadores mais bem pagos no Brasil sem precisar ter ganhado nenhum titulo de expressão. Sem nunca ter vestido a camisa de um grande clube de verdade. Mas terá quase 2 milhões de luvas e ainda a garantia de 500 mil reais mensais a cada 12 meses, pelos próximos 04 anos.

Para o Corinthians sobra apenas a aposta de alto risco, simplesmente pelo montante investido.

Agora, imaginem se depois de todo esse circo criado pelo presidente, o Corinthians voltasse a atrás e desistisse do jogador? A vida seguiria no Parque São Jorge, mas a Toca da Raposa estaria devastada no outro dia, com o clube sem dinheiro, sem reforços e com o melhor jogador completamente desmotivado.

Para Gilvan restam duas opções, ou cobrir por completa a proposta corintiana ou perceber que tem nas mãos umas das melhores propostas dos últimos tempos.

Em ambos os casos, o resultado final poderia ser o mesmo, Thiago Neves no Fluminense e Montillo no Corinthians, mas a forma de condução poderia ter sido completamente diferente e saudável para todos os envolvidos.