Galera, hoje trago um post que li ontem no Blog do excelente Juca Kfouri e que achei excelente pela sutileza em ex´plicar quão decadentes está nosso futebol. Confiram
Por LUIZ GUILHERME PIVA*
O finado futebol – pronuncia-se “soccer” – só tem um praticante remanescente. É o Barcelona.
Se você não se lembra ou nunca viu, é parecido com o boxe: um balé medido, entorpecente, que encaixa golpes surdos e contínuos para minar o oponente até derrubá-lo.
O futebol – pronuncia-se “football” – hoje existente divide-se em duas modalidades: uma jogada com as mãos e outra jogada com os pés.
A primeira tem sua prática profissional restrita aos Estados Unidos, mas, como concepção, é a que comanda a outra modalidade em todo o mundo.
Apesar das diferenças, as duas modalidades cada vez mais se aproximam nas táticas e estratégias.
Nas duas, os times têm onze jogadores. A maioria deles tem como única função derrubar o adversário. Embolam o meio, pesados, com força e coragem. São os “backs” ou “guards”, também conhecidos como zagueiros e volantes.
As jogadas de ataque são, nas duas modalidades, somente de dois tipos.
Uma: o “quarterback” – pronuncia-se meia – entrega a bola para um companheiro que tenta, na força, romper a barreira de adversários. São os “runnings” – ou alas e armadores. Quase sempre avançam alguns metros, são parados e tudo recomeça. É a jogada que predomina nos times brasileiros, por exemplo.
A outra: o “quarterback” lança a bola bem adiante para um velocista pegá-la e atingir a meta. São os “receivers” ou atacantes. É característica dos times que jogam em contra-ataques, como a seleção brasileira.
As duas jogadas dão ao futebol a analogia com uma luta diferente do boxe: é o UFC, com agarrões, tombos e um ou outro golpe fatal.
A diferença de qualidade entre as equipes do futebol se dá pela qualidade do “quarterback”. O melhor do mundo é o Tom Brady, que joga na modalidade manual.
Na modalidade jogada com os pés ainda não surgiu ninguém nesse nível. Todos são medianos ou ruins. A esperança – pronuncia-se “hope” – deles é um dia ser como o Tom Brady: craque, rico, famoso, bonito. E, de quebra, deixar de ver a Gisele Bündchen se explicando no jeito certo somente em comerciais de televisão.