Tem momentos na vida do ser humano que ele deve ter a consciência de que deve parar. Saber que construiu uma história respeitável enquanto exerceu seu cargo e que poderia dormir tranquilo ao entregar a sequência do projeto para um sucessor. Mas Juvenal Juvêncio, dá sinais claro que no futebol, não é apenas alguns jogadores que não sabem a hora de parar, ele também sofre desse mal.
Juvenal assumiu o São Paulo em 2003, substituindo Marcelo Portugal Gouvea, que para muitos são paulinos, foi o grande dirigente do clube nos últimos anos, apesar da seca de títulos na gestao Marcelo Portugal, o desenho do projeto de profissionalização do clube foi iniciado em sua gestão. E sabiamente seguido por Juvenal, foi dessa forma, que Juvenal tornou o São Paulo novamente temido, exemplo de profissionalização e principalmente vencedor. Na sua gestão, o tricolor paulista faturou nada menos do que Uma Libertadores, Um Mundial e Três Brasileiros, além de inumeros títulos nas categorias de base.
A partir dessa soberania nacional que começaram os problemas de Avareza, Juvenal achou que tinha se tornado o homem mais poderoso dentro do futebol nacional, não teve a mínima humildade ou capacidade política para entender que o nosso futebol vive de raízes um pouco mais nebulosas e que precisaria de mais paciência para atingir seus objetivos. Sua própria pretensão o derrubou, ao perceber a lacuna que existia de estádios em São Paulo, duvidou que a Copa não seria no Morumbi, assim como duvidou que encontraria dificuldades para conseguir o financiamento. Simplesmente, porque ele peitou Ricardo Teixeira, o capitão-mor das relações obscuras na CBF, começou silenciosamente a derrubar todo o apoio que Juvenal precisaria para o Morumbi servir como abertura da Copa e melhor encontrou em Andrés Sanches a marionete perfeita para dar a devida lição no “garoro mimado” Juvenal.
E assim o sonho do Morumbi abrir a Copa parece ter ido para o lixo. E justamente quando a decepção bateu por completo em Juvenal, a loucura o tomou por completo. Declarações como as que ele vem soltando nas últimas semanas, emporcalham tudo que ele tinha feito até agora. Independente de qualquer intriga pessoal com Andrés, ele não pode deteriorar a imagem de ITaquera como fez. O bairro da Zona Leste que possui enorme propensão ao desenvolvimento ganhará força caso o projeto do Corinthians caminhe mesmo. Isso apenas para citar uma das infelicidades dita por Juvenal.
Portanto, cale-se Juvenal, seu único mérito foi tocar sabiamente o projeto de Marcelo Portugal, e você fez isso em silêncio.